Depois de ser intimidado pela justiça brasileira, Google exclui vídeos no YouTube

Em mais um dos vergonhosos episódios da justiça brasileira quando se trata de internet e tecnologia – que inclui até um juiz que mandou “retirar das prateleiras” um jogo online (o.O) – a Polícia Federal deteve ontem o Diretor Geral do Google Brasil, Fábio Coelho.

Você deve ter lido bastante sobre o assunto, mas vale recapitular: A ordem do juiz Flávio Saad Peron, da 35ª Zona Eleitoral de Campo Grande, “solicitava” a retirada de vídeos com acusações ao candidato a prefeito Alcides Bernal, do Partido Progressista, ordenando também que o YouTube saísse do ar no estado do Mato Grosso do Sul.

Depois da detenção (e intimidação) pela “justiça”, o Google se viu obrigado a excluir os vídeos, abrindo um precedente perigoso e que fere um direito basilar escrito e assinado da nossa constituição.

Em nota divulgada agora pouco, o próprio Fábio Coelho fala sobre o caso:

“Estamos profundamente desapontados por não termos tido a oportunidade de debater plenamente na Justiça Eleitoral nossos argumentos de que tais vídeos eram manifestações legítimas da liberdade de expressão e deveriam continuar disponíveis no Brasil.”

Recomendo que você leia a íntegra da declaração no blog do Google Brasil, e pense bem em quem vai votar no dia 7 de outubro.

Sinceramente, quando eu vejo casos de celebridades querendo “limpar” a internet, encaro como imbecilóides, mas se transformam em piada. Porém, em um exemplo vergonhoso desses, que influi diretamente em nossas vidas e na liberdade digital por se tratar de uma intervenção política que tenta esconder a sujeira debaixo do tapete, devemos nos preocupar. E muito.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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Quando a lei entra em conflito com a criatividade [Everything is a Remix, Pt. 4]

O quarto episódio da série “Everything is a Remix” fala de lei e criatividade.

Quando nosso sistema judiciário desconhece a natureza derivativa da criação, os limites entre propriedade, referência e transformação, todo o sistema começa a falhar.

É uma reflexão imperdível sobre propriedade intelectual e a maneira equivocada – SOPA, PIPA, etc – como a justiça trata do assunto em tempos de liberdade digital.

“Quando copiamos, nós justificamos. Quando nos copiam, vilanizamos.”

O vídeo não tem legendas, mas se ajudar você pode ver a transcrição do texto no site do projeto criado por Kirby Ferguson.

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Spirit of Clash: Justiça para os 96 de Hillsborough

Shows são bacanas. Shows com artistas de diferentes bandas tocando juntos são mais bacanas. Shows onde estes artistas são do naipe de integrantes do Clash, Stone Roses e Farm são mais bacanas ainda. E um show onde eles fazem isso abrindo mão de caches em prol de uma boa causa, bom aí é o Spirit of Clash.

Mas deixemos a espírito esperando um pouco pra falar da boa causa e – por que não? – colocar um pouco de futebol e publicidade neste post.

Começamos com o futebol. Você possivelmente não conheça o time do Sheffield Wednesday da Inglaterra. Talvez não saiba que ele tem um estádio chamado Hillsborough. Mas o que você precisa saber é que o estádio de Hillsborough foi palco de um jogo histórico em 1989: Liverpool e Nottingham Forest pela Copa da Inglaterra.

Por que o jogo foi histórico? Bom, para começar ele durou apenas 6 minutos. Foi o tempo para começar um tumulto no estádio superlotado que acabou com 96 torcedores mortos e cerca de 800 feridos.

Pode ser pior? O pior é que pode. Aqui entrou a cobertura do jornal The Sun. Para entender o tamanho da encrenca, esta ao lado foi a capa do jornal no dia seguinte da tragédia trazendo “a verdade”.
?
Todo mundo ficou chocado. Depois do choque virou indignação. E a indignação levou a um boicote. Aqui chegamos na parte da publicidade.

“Don’t buy the Sun” virou uma campanha de boicote ao jornal em repúdio a maneira como ele cobriu a tragédia. Junto com ele veio a “Hillsborough Justice Campaign”, buscando respostas, culpados e, claro, justiça para os 96 mortos.

Ainda está ai? Ótimo, porque agora a gente volta para a música. O show foi organizado pelo ex-Clash Mick Jones com renda revertida para a tal Justice Campaign que ajuda os sobreviventes da tragédia. Boa música por uma causa melhor ainda. Clap, clap, clap a @todososenvolvidos.

Aqui dá pra conferir um pouco do que rolou.

Teve The Clash:

Farm:

E até uma palhinha de Stone Roses antes de mais um pouco de Clash:

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