Fotos valem mais que 140 caracteres?

Recentemente li uma matéria na The Economist sobre os idiomas que levam vantagem no Twitter. São idiomas que raramente usam os 140 caracteres para passar a mensagem. Idiomas como o chinês, precisam de apenas 28 caracteres para uma frase que em inglês usaria 78 caracteres. O japonês também teria essa “vantagem” Isso acontece, basicamente, por que os idiomas que usam mais símbolos sintetizam melhor as situações.

Corta.

Pessoas reduzem o uso do Twitter para focar mais no Instagram. Ao invés de escrever no Twitter, começam a apenas colocar fotos. Uma imagem vale mais que mil palavras é o ditado, certo? Pois é. O Instagram sacou isso, montou sua comunidade e o Facebook ficou com medo e acabou comprando o Instagram.

Seria isso realmente uma tendência? O retorno em posts com imagens nas timelines ser maior que o de textos no Facebook é um sintoma dessa tendência também?

O fato de termos celulares com uma camera com qualidade de fotos melhor que as nossas primeiras maquinas digitais também pode ser um dos fatores. As pessoas começam a compartilhar os momentos enquanto acontecem e não o vivem em sua plenitude. É mais importante o registro do que a experiência. Autógrafos são legais mas fotos com a celebridade são mais. De novo voltamos para o caso de a imagem valer mais que mil palavras.

Aí aparece o Pinterest. Quase um Delicious visual de referências.

Os aplicativos que tentam dar uma aquecida nas fotos digitais tentando dar um ar retrô com filtros e bordas (como o Instagram, Hipstamatic e outros) se tornam estética, carne de vaca e, em breve, estarão em cartaz até de padaria.

Outra coisa que reforça isso de as coisas em redes sociais serem mais visuais é a existência de serviços já querendo monetizar essa nova tendência. A principio no Instagram mas não duvido que isso aconteça em outras redes também.

E o que já acontecia antes com livros de arte só com fotos de celular, usando ou não aplicativos para corrigir cor e sempre passando pelo computador, agora começam a aparecer outras variáveis fotos tiradas e tratadas direto no celular, (assim como acontece com vídeos que podem ser editados diretos no celular também) como o trabalho do Jorge Brivilati, que fez um site focado em fotos suas tiradas e editadas no celular (que também ilustram esse post). Ou até mesmo um site como o Polanoid em que as pessoas podem expor suas fotos tiradas com a Polaroid.

Se o futuro das atualizações de status nas redes sociais é das imagens, qual será o futuro da linguagem? E o da fotografia? Será que isso se expandiria para outras formas de expressão? Será que isso é algum tipo de resposta ao excesso de informação que sofremos diariamente? E mais uma parte da tal Snack Culture que a Wired relatou alguns anos atrás?

Não tenho a resposta para nenhuma dessas perguntas. Mas acredito que seja algo que devamos ficar mais atentos.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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