Casa das Histórias

A Casa das Histórias Paula Rego é um museu dedicado à pintora portuguesa que dá nome ao edifício. Localizado em Cascais, Portugal, o projeto foi feito pelo quinto nome da lista “ABC dos Arquitetos”. Eduardo Souto de Moura, ganhador do Pritzker, o Oscar da arquitetura, de 2011.

Souto de Moura iniciou a carreira trabalhando com Álvaro Siza (outro que faz parte do “ABC dos Arquitetos” e responsável pelo projeto da Fundação Iberê Camargo). O arquiteto iniciou sua carreira no começou da década de 1980. Podemos notar que sua obra de influência dos princípios modernistas: valorização da forma geométrica, sobriedade, volumes sólidos.

Casa

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Esse projeto, de 2008, mantêm o partido das formas geométricas. Poderia ser descrito como dois troncos de pirâmides apoiados em prismas retangulares. As fachadas cegas dão ao volume um aspecto monolítico.

Porém, diferente do que se viu na maior parte da produção modernista, branca e acinzentada, a Casa das Histórias Paula Rego foi tingida de vermelho. O tom terracota contrasta com o céu anil e o verde do jardim, uma bela combinação cromática entre arquitetura e paisagem.

Cafeteria

A cafeteria está dentro de um dos troncos-de pirâmide e possui iluminação zenital. O programa do museu inclui 750 m² de áreas de exposição, uma loja, uma cafetaria com esplanada aberta para o frondoso jardim e um auditório com 200 lugares.

A boa arquitetura acontece nos detalhes. No caso de um espaço público, além da preocupação com a proposta arquitetônica é importante pensar em como os usuários irão se localizar e deslocar no espaço. Para esse museu foi contratado o escritório Antônio Queiroz Design para elaborar o projeto de sinalização. Vi isso no blog Sinalizar, quem quiser pode conferir as peças lá.

Por último, deixo vocês com um vídeo do museu, desenvolvido para ser visualizado em iPad, no formato vertical.

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Casa das Histórias

Casa das Histórias

/fotos por Pedro Kok

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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Adeus, Oscar Niemeyer

Carioca, nascido em 1907, Oscar Niemeyer foi, inquestionavelmente, sinônimo de arquitetura: não só para nós, brasileiros, mas para outras nações que tem a honra de abrigar criações desse mestre. Perspicaz, inteligente, audacioso e decisivo (chegou a mandar Gropius, fundador da Bauhaus, a merda) assinou boa parte dos mais impressionantes projetos arquitetônicos do país, não só com um grande toque de liberdade em seu traço, mas também com um estudo muito apurado nas tecnologias aplicadas: como o concreto armado. Pôde, assim, criar projetos singulares, como o MAC em Niterói, o Museu Niemeyer em Curitiba e tantos outros.

“A gente tem que sonhar, senão as coisas não acontecem.”

“Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein.”

“Existem apenas dois segredos para manter a lucidez na minha idade:
o primeiro é manter a memória em dia. O segundo eu não me lembro.”

Comunista, sempre aplicou seus ideais políticos aos projetos: grandes espaços e dimensões exageradas, que mostravam preocupação com “o povo”, e não apenas “com o homem” – conceito comum na história da arquitetura que antecede Dührer. Chegou a se exilar na França durante a ditadura brasileira, aproveitando o período na Europa para conhecer a URSS e parte de seus líderes socialistas. Pouco tempo depois recebeu um convite para lecionar arquitetura na Yale, mas teve seu visto negado por conta de sua posição política. Ainda assim chegou a assinar projetos para os americanos, como a Sede das Nações Unidas, em parceria com Le Corbusier.

“Não me sinto importante. Arquitetura é meu jeito de expressar meus ideais: ser simples, criar um mundo igualitário para todos, olhar as pessoas com otimismo. Eu não quero nada além da felicidade geral.”

Primeiro brasileiro a vencer um Pritzker (prêmio arquitetônico mais importante do mundo; seguido pelo segundo e último brasileiro a vencer, Paulo Mendes da Rocha, já citado aqui no B9), Niemeyer deixa esse mundo com uma infinidade de obras a serem contempladas e estudadas.

E provavelmente uma mente que nunca será compreendida, graças ao seu brilhantismo e sua visão única. Um gênio.

Que viveu mais do que se esperava.
Criou mais do que o possível.
E desse forma, reinventou também o sentido de viver.

Adeus, Oscar Niemeyer.
(1907 – 2012)

“A vida é um sopro.”

Listamos abaixo algumas de suas criações mais importantes, que merecem ser recordadas:

Museu de Arte Moderna de Niterói

Museu de Arte Moderna de Niterói

Museu Oscar Niemeyer

Igreja São Francisco de Assis

Edifício Niemeyer

Esplanada dos Ministérios

Museu Nacional da República

Memorial da América Latina

Ponte Juscelino Kubitschek

Palácio da Alvorada

Edifício Copan

Catedral de Brasília

Auditório Ibirapuera

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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