O futuro do jornalismo pode estar na exclusividade

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Nas últimas semanas, o magnata de mídia estadunidense, Rupert Murdoch, provocou alvoroço no mundo editorial quando proferiu alguns pitacos, tais como: “O jornalismo de qualidade não é barato“. Isso levou à sua decisão de começar a cobrar, em muito breve, pelo acesso online aos seus muitos jornais espalhados pelo mundo. Se vai dar certo ou não, só a bola de cristal poderá nos dizer. Porém, se Murdoch conseguir o que quer, os dias da cultura gratuita da internet estarão contados.

Wall Street Journal e Financial Times cobram por acesso ao conteúdo online, e apostam no modelo híbrido: mix de conteúdo pago com conteúdo gratuito. The Economist e The New York Times também anunciaram que irão cobrar por parte de seus conteúdos na internet.

Porém, existe uma tendência que eu vejo com verdadeiros bons olhos por ser menos “intromissiva” e mais “racional”.
Acontece que, no lugar do conteúdo, alguns jornais estão planejando cobrar por serviços exclusivos em busca da salvação deste tenebroso dilema.

O Le Figaro descreveu seu projeto de criar um espaço “especial” para os assinantes. Estes mesmos assinantes poderão ser contemplados com opções exclusivas na área do lazer, cultura e esporte. Em seguida foi a vez do diário britânico The Guardian, anunciando que estava testando a idéia de abrir um “club member” cheio de benefícios aos utilizadores que pagam pelo serviço. Dias atrás o grupo alemão Axel Springer diz preparar a introdução de sistemas de pagamento para conteúdos digitais exclusivos de vários de seus jornais em aplicativos de iPhone.

Em julho deste ano, uma notícia do Gawker mencionava os planos do The New York Times em oferecer serviços pagos para membros distintos. É o que a companhia chamaria de NYT Gold e NYT Silver: pacotes com custo anual de U$ 150 e U$ 50, respectivamente, enfatizados por benefícios como passeios à redação, obtenção de vídeos exclusivos dos jornalistas e um acesso ilimitado a todo acervo do New York Times são alguns dos benefícios que ainda estão sendo estudados.

Agora, quando o Le Figaro, por exemplo, disse que vai cobrar dos internautas apenas pelo acesso à uma parte exclusiva do site, alimentada por jornalistas exclusivos também, não quer dizer que eles estão cobrando por seu conteúdo básico e tradicional. Eles estão, na verdade, cobrando por exclusividade.

Perceba o quanto a palavra “exclusiva” e suas variáveis apareceram neste post. O que isso quer dizer, meu povo?

Se o futuro for mesmo a base da cobrança, não será feito através de conteúdo, e sim da exclusividade.

Fica aqui apenas uma luz ;)

:: Crédito do cartoon – Joe Heller.

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