SXSW 2014: O que resta além dos likes?

No palco: Anna Deavare Smith (atriz e professora) e Jordan Roth (Culturalist)

Cinema e teatro mudaram muito de cena nos últimos anos e estão se adaptando aos diversos cenários de mídia. Para começar a palestra, Anna e Jordan de quebra já partiram de um pressuposto que, ao meu ver, exemplifica muito bem as diferenças entre formatos antigos e formatos novos.

“Nos programas gravados, não faz diferença ter ou na?o uma platéia, pois a mensagem é composta de forma unilateral. No teatro, se na?o há platéia, não é peça. Uma pec?a sem platéia é um ensaio.”

A metáfora do teatro é perfeita para a definição de discurso unilateral em qualquer meio que pressupõe o diálogo, como por exemplo as redes sociais. Além disso, também foi discutido o nascimento de novas camadas de comunicação no fluxo emissor-receptor.

Se antigamente o esquema era baseado em atores enviando mensagens para o público, hoje percebemos duas novas camadas: 1) pessoas que assistem o show e postam na internet para falar com outras pessoas, ou seja, platéia falando com todo mundo e 2) pessoas que não assistiram o show, mas que foram impactadas de alguma maneira e postam na internet para falar sobre isso.

Nesse segundo caso, é todo mundo falando com todo mundo. Vale a pena pensar, na sua próxima estratégia, em como identificar cada uma das camadas e pensar o que deve ser feito por elas.

Dica que aprendi: você não se comporta no teatro da mesma maneira que se comporta no cinema. Lembre-se disso.

Pergunta que não quer calar: pode responder WhatsApp durante o teatro? As regras de convivência mudaram?

[Ilustração: Fernando Weno]

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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