Engajamento. Modere na expectativa

As marcas e as agências estão vivendo o período mais experimental de todos os tempos. Um bom cenário para nós que precisamos inovar para construir diferenciação e estar a frente do tempo diante das constantes inovações tecnológicas que transformam naturalmente os hábitos das pessoas.

Mas existe um equívoco enorme que ocorre nesse atual momento da comunicação quando o objetivo estratégico é conseguir o engajamento do público, que hoje não mais só recebe conteúdo como também participa dele.

Acontece que muitos profissionais de marketing e comunicação, que aprovam e criam ideias denominadas por eles mesmos como inovadoras, pecam quando crêem que o engajamento das pessoas com uma peça, campanha ou ação é simples de ser adquirido.

As pessoas participam, sim, mas isso acontece apenas quando existe um estímulo realmente interessante acompanhado de alguma recompensa, seja ela tangível ou não.

Além do mais, esse grupo de consumidores da “geração upload” é imediatista e gosta daquilo que é simples, portanto, se o call-to-action demandado envolver complexidade, mesmo que pouca, eu me arrisco em afirmar que será nula a participação, e os resultados podem ser fatais para toda a estratégia de marketing.

Mesmo gastando rios de dinheiro com mídia para levar as pessoas até aquele ambiente em que o engajamento é proposto, não será esse o estímulo que fará com que as pessoas de fato participem. Imagina quanto dinheiro pode ser desaproveitado, então, quando a (falsa) promessa feita ao cliente for gerar mais do que awareness?

O que estou falando é tático, mas muito sério. E, independente de engajar ou não, vale lembrar a comunicação precisa, acima de tudo, conscientizar as pessoas sobre os valores de uma marca empregando à essa comunicação um código que culturalmente fará a sociedade se identificar. A consequência disso será cumprir o papel que o objetivo de comunicação tem como suporte para o objetivo de negócio, que, na maioria dos casos, é conseguir bons resultados no ponto de venda. O engajamento que podemos e devemos sempre buscar, então, é outro: garantir que a comunicação estimule as pessoas a fim de conseguir como resposta o consumo daquele produto ou serviço anunciado. E, no melhor dos casos, fidelizar.

No mais e concluindo, são os objetivos de comunicação que darão sentido a vida de uma campanha ou qualquer proposta de comunicação. A serem definidos no início de tudo, esses objetivos são mais importantes do que a própria estratégia.

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