A superficialidade das “marcas digitais”

Os desafios presentes em todas as perspectivas da web colocam as marcas diante de um cenário social competitivo: Competir por fãs, seguidores, likes, comentários, opiniões e etc.

Ao observar os movimentos do mercado, percebo que a quantidade dessas interações parecem ser mais valorizadas do que a qualidade das mesmas. Ter muitos fãs no Facebook não significa que sua marca é legal.

Em primeiro lugar, a quantidade de pessoas envolvidas com uma marca na web, ou onde quer que seja, não significa muita coisa se ela não se relaciona bem com todas essas pessoas a ponto de construir um percepção positiva e, mais do que isso, duradoura.

O engajamento por parte do consumidor que segue ou é fã de uma marca está no nível de conexão com ela e a qualidade do conteúdo e experiências trocado por ambos: consumidor e marca. Isso sim é sinônimo de engajamento.

Em segundo lugar, as marcas precisam entender que vivem diferentes momentos e possuem diferentes posicionamentos.

São dois os cenários: o da aspiração e o da transpiração. Neste último, a marca precisa entender que demanda muito tempo e esforços estratégicos para ela construir um posicionamento capaz de gerar uma positiva identificação por parte do seu consumidor e, com isso, conquistar as pessoas de forma natural, na web.

Para uma marca aspiracional, que consegue organicamente atingir inúmeras pessoas no ambiente digital, é uma coisa. Outra coisa – muito diferente – é uma marca que deseja alcançar o mesmo volume gigantesco de interações sociais, mesmo não sendo ela aspiracional. E, assim, é que começa a surgir aquilo que eu chamo de superficialidade na presença e postura de uma marca no ambiente digital.

O problema é que são muitas as marcas que não entendem a existência desses dois cenários bastante distintos, o que as fazem criar estratégias que, a primeira vista, parecem geniais mas, no fundo, apenas geram buzz sem construir marca. Por outro lado, alguns consumidores curtem e seguem páginas por motivos banais e realimentam a ilusão de que aquele número é importante. Pensando nisso, até que ponto vale a pena continuar sendo mais uma marca que procura ter um milharal de fãs no Facebook?

Os profissionais de marketing das empresas estão vendados pela inovação. E isso os fazem querer competir por aquilo que não significa quase nada para a sua empresa, enquanto branding.

Por exemplo: Se o seu concorrente está no Twitter, não significa que você também precisa estar. Às vezes, você não nem deve estar ali.

Enquanto não houver um objetivo claro e bem definido (briefing), que colabore com posicionamento, as atuações de uma marca na web realmente não terão significado.

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