“Guardiões da Galáxia”: Sob o domínio do riso

A estreia de “Guardio?es da Gala?xia” (Guardians of the Galaxy), dirigido por James Gunn (roteirista do remake de “Madrugada dos Mortos”), expõe alguns sintomas tanto do comportamento social atual quanto da mentalidade dos estúdios. A primeira delas é clara: o pessoal quer dar risada. Pura e simplesmente.

A segunda é o alinhamento cada vez mais aperfeiçoado da linguagem multimídia dos quadrinhos encontrando uma voz maior, e mais efetiva, no cinema. A última delas diz muito sobre a Marvel Studios: eles inventaram a receita do blockbuster perfeito e colocaram algum código secreto nela que ninguém consegue copiar.

E essa é uma das realidades mercadológicas modernas mais interessantes, pois ver uma narrativa semeada pela Marvel no começo da década de 1970 (onde “Star Wars” também tem suas raízes) aparecer no cinema com uma mescla efetiva de humor, saudosismo, cinismo, tecnologia e esperança é uma grata surpresa e reflexo da habilidade da Marvel Studios de saber entreter a audiência moderna.

O diretor James Gunn

O diretor James Gunn

Guardian Of The Galaxy

Na maioria composta por jovens, essa plateia tem, cada vez mais, vivido à base do humor do YouTube, dos memes, das piadas de ocasião e da diversão que isso gera. Ou seja, querem ser entretidos. Nada errado nisso. E a Marvel sabe. Entretanto, dessa vez, eles não repetiram o erro com a superficialidade dos fogos de artifício de “Homem de Ferro 3” e apostaram em outro elemento comum entre esse público: o sentimento de rejeição. E todo mundo adora uma história de superação, não é mesmo?

Tudo isso poderia ter gerado uma história piegas e desinteressante, mas a mistura de efeitos especiais, trilha sonora fabulosa (disparada, a melhor coisa da obra, que, inclusive é utilizada com valor narrativo bem interessante, com Marvin Gaye, Bowie e até The Runnaways) e elementos inusitados criam algo inegavelmente divertido, claro, se você gosta de batalhas espaciais, música velha, galhofa declarada e situações non-sense.

Sério, as reuniões criativas desse filme devem ter sido as coisas mais alucinadas que um filme de quadrinhos já fez. Ele vai na contramão total da Christopher Nolanização do gênero ao não se levar a sério. StarLord, o líder dos “Guardio?es da Gala?xia”, em intepretação sólida de Chris Pratt, é o suprassumo da tosquice e dos problemas afetivos (Han Solo aos 15 anos de idade pode ser uma boa comparação).

Ele simboliza tudo isso e a cena de créditos iniciais é emblemática. Bom, o filme tem um guaxinim falante (Bradley Cooper, em momento inspirado). Dá para levar a sério? Claro que não! Especialmente quando Groot (voz de Vin Diesel), uma versão vegetal de Hodor, resolve ser expressiva, ou prestativa, de formas bem não-convencionais.

Elenco no set

Elenco no set

“Guardiões da Galáxia” é superior a “Os Vingadores”, pois não precisa lidar com a carga dramática e os conflitos dos heróis mais famosos

O roteiro reflete cada um desses elementos e não se contém, chegando até a arriscar cruzar algumas barreiras a lá Monty Python, sem a mesma qualidade, claro, mas no mesmo espírito irresponsável. John C. Riley, por exemplo, tem um dos diálogos mais surreais de todos os filmes da Marvel até agora! Mas, é preciso dizer, não passa disso. A diversão é bem pensada, se encaixa na trama e motiva os personagens.

Há uma identidade clara aqui e ela é construída rapidamente em cena. Mas o cerne da narrativa é a família, ou a ausência dela, e o clássico tema de um escolhido para algo grandioso e salvar a galáxia, as baleias e as fitas cassete! Nada demais, tampouco transformador. Mas serve a um propósito e, pelo aspecto do estúdio, faz exatamente o que se propõe. Entretém e faz valer o investimento no ingresso.

Nesse aspecto, “Guardiões da Galáxia” é superior a “Os Vingadores”, pois não precisa lidar com toda a carga dramática e os conflitos embutidos nos heróis mais famosos. É praticamente um Star Wars se George Lucas tivesse senso de humor. E, por consequência, deve muito a Joss Whedon, tanto pela construção do formato em Vingadores quanto pelo aprimoramento desse humor sarcástico em “Firefly”.

Entretanto, Whedon era mais profundo e “Firefly” servia tanto como plataforma crítica quando reflexo social. “Guardiões da Galáxia” passa longe disso e talvez seja sua maior falha: depender única e exclusivamente da comédia.

Guardians of The Galaxy

A Marvel Studio entendeu muito bem seu lugar na cadeia evolutiva: nivelar o entretenimento e permitir que qualquer um se divirta

Tire o humor e o que sobra? Um bando de rejeitados tentando fazer algo de bom. Grandes clássicos foram feitos nessa premissa (“Os Sete Samurais”, por exemplo), mas sempre permitiram espaço para a contemplação. “Guardiões da Galáxia” não tem esse luxo. Ele não para. A alopração também não. E assim o filme se desenvolve, com direito a problemas gritantes de edição.

O correto seria questionar se há algum plano da Marvel para garantir relevância e profundidade em mais filmes, como fez com “Capitão América 2: O Soldado Invernal”, por exemplo. Mas eles parecem compreender muito bem seu lugar na cadeia evolutiva: nivelar o entretenimento e permitir que qualquer um se divirta. De qualquer forma, o cinema mais cabeça sempre encontra um modo de existir, vide o sucesso on demand “Snowpiercer”, que consegui ver no cinema (foi exibido em 8 – oito! – salas nos Estados Unidos) e podemos curtir as duas coisas.

Fato é que a Marvel Studios conseguiu um verdadeiro milagre: pegou uma propriedade desconhecida e a transformou num fenômeno em potencial. Algo que parece ter sido concebido para chegar aos cinemas e surpreender todo mundo. A continuação já está mais que garantida, alias, é a primeira vez que vejo um fim de filme dizer, em letras garrafais, “Vamos Voltar!”.

É a vitória do formato sobre o conteúdo.

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Fábio M. Barreto é escritor, jornalista e também quer salvar a Galáxia! Autor do romance “Filhos do Fim do Mundo” e do conto “O Céu de Lilly” (disponível na Amazon).

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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Um detalhe no Facebook que respeita a identidade cultural das pessoas

Como brasileiros, estamos muito acostumados a ver mapas e representações do globo que mostram o Brasil em destaque, ou ao menos centralizam as Américas na exibição. Apesar de isso ser bastante normal para nós, favorecendo nossa posição geográfica, não se trata de uma representação que cause qualquer sensação de identidade entre os nativos da Europa, Ásia ou África. Para eles, essa representação do mapa mundi tem outro grafismo, e ressalta o contorno dos países “do outro lado” do globo.

Percebendo esse detalhe, o Facebook passou a mostrar, desde a última quarta-feira, um símbolo de notificação diferente para quem acessa a rede social a partir de países que não fazem parte das Américas – trata-se de um ícone que mostra o globinho com um outro desenho de mapas, fazendo o contorno dos continentes europeu, africano e asiático. Repare nas imagens.

Notif_Western.png.CROP.promovar-medium2 Notif_Eastern.png.CROP.promovar-medium2

Na mesma quarta-feira em que a novidade era liberada para um número mais amplo de usuários (deixando de ser apenas um teste), acompanhei a apresentação de Christian Rôças, do Facebook, no Social Media Day de SP, onde ele destacou a preocupação da rede social de tratar cada um como uma pessoa, ao invés do impessoal ‘usuário’.

Esse discreto detalhe de design mostra uma sinergia entre esse cuidado defendido por Crocas e outras iniciativas do Facebook divulgadas nesta mesma semana, como o lançamento do aplicativo Internet.org, que vai oferecer acesso gratuito a serviços mais ‘básicos’ da web, como buscas no Google, sites de previsão do tempo, Wikipédia e (claro) o próprio Facebook. O app, a princípio, será oferecido para os usuários de uma operadora de telefonia da Zâmbia, na África.

Preciso dizer, contudo, que eu pensei com carinho nos australianos e indonésios que não estão representados em nenhum desses mapas. Cadê uma versão pra Oceania, Zuck? 😉

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CI Games / Enemy Front: Stop for a minute

Advertising Agency: McCann, Poland

Anytime, anywhere, on the move: Channel 4 Shorts

For those who want to watch quality TV but who only have five minutes to spare, Channel 4 has launched a cheeky campaign promoting its new Shorts programmes.

Murdoch papers and PR industry welcome Matt Tee as press regulation chief

News the former permanent secretary for government comms, Matt Tee, has been appointed as the first chief executive of the new media regulator, IPSO, has met with a mixed reaction.

What Facebook needs to do to catch up with Twitter

Matt Redman, the social strategy director at Wunderman, explains how Facebook can catch up with Twitter’s mobile achievements.

Fabric-Mending Pens – The Fabric Pen Repairs Clothes Without Sewing (GALLERY)

(TrendHunter.com) Lithuanian designer Ingrida Kazenaite designed the fabric pen to mend old garments by printing over wears and tears. The device, which slightly resembles a wand, is intended to increase the lifespan…

43 Back-to-School Outfit Ideas – From Holographic Carryall Accessories to Chic Cheerleader Attire (TOPLIST)

(TrendHunter.com) Shopping for back-to-school outfits is an exciting time for high school kids and college freshmen alike, but suddenly becomes less exciting when class actually starts. At least you look cute, right?…

Nissan “ressuscita” Bret Michaels em comercial de vans e caminhonetes

Se ignorarmos toda a maquiagem, o laque e a purpurina, dá para se pensar no Poison como uma banda de rock muito bacana dos anos 1980/1990, que deixou sua marca na história com boas músicas, algumas que até merecem ser chamadas de clássicos. E se nada disso te convence, pelo menos temos de concordar que eles eram divertidos – ou que pelo menos sabiam se divertir. Muito.

A banda acabou e o vocalista Bret Michaels tentou seguir na música, com um monte de problemas pelo caminho. Mas continuou por aí, sem muito destaque, pelo menos até agora, quando a Nissan resolveu resolveu tentar “ressuscitar” a carreira do cantor no comercial/videoclipe Tough Love. 

Criado pela TBWA/Chiat/Day de Los Angeles, o filme tem direção de Ace Norton e produção da Prettybird. E como essa decisão arriscada merecia uma atitude arriscada, então por que não escolher, também, um clássico da era disco para embalar a história de amor de Michaels e a linha de vans e caminhonetes da Nissan? O resultado é uma versão roqueira de Endless Love, de Lionel Richie e Diana Ross, que ficou bem interessante, apesar de a voz do cantor estar muito longe do que era na época do Poison.

Se pensarmos no formato de um comercial, ficou longo demais. Se você pensar nisso como um videoclipe patrocinado pela Nissan, dá para encarar. Mas ainda assim não poderia terminar esse texto antes de dizer que pô, Bret Michaels. Você já foi melhor. Não, pera…

nissan

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Campaign Viral Chart: Jude Law makes it into top 10

Johnnie Walker’s film starring Jude Law has already made it into this week’s Campaign Viral Chart, despite only launching two days ago.

24 Engaging Outdoor Exhibits – From Immersive Rainbow Pavilions to LEGO Subway Stations (TOPLIST)

(TrendHunter.com) Adding a more interactive quality to art and culture, these outdoor exhibits use open, public spaces to create a more immersive experience for viewers.

Moving away from the often confining spaces…

73 Beautiful Ballet Tributes – From Intertwined Dancer Snapshots to Classical Pop Culture Ads (TOPLIST)

(TrendHunter.com) While it may not be considered the most lively form of entertainment out there, you cannot refute how beautiful ballet is. A longstanding dance form, ballet continues to have modern influence today…

57 Fashionable Polaroid Photography – From Edgy Instant Polaroid Photos to Raw Model Polaroids (TOPLIST)

(TrendHunter.com) Instant Polaroid photos are making a huge comeback in the fashion world thanks to apps like Instagram that are making it cool to take fleeting image photography. The retro look of Polaroids…

Colorful Iranian Architecture

Mohammad Domiri, jeune photographe iranien et étudiant passionné d’architecture aime immortaliser les monuments du Moyen-Orient, c’est pourquoi la plupart de ses séries photo sont consacrées aux grandes mosquées traditionnelles. Motifs géométriques et mosaïques fascinantes sont à découvrir dans l’article.

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Incredible and Colorful Mosque

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Amstel Radler: Kaleidoscope


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Advertising Agency:Rothco, Dublin, Ireland
Director:Richard Chaney
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Lead Animator:Sam Boyd

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Advertising Agency:Rainey Kelly Campbell Roalfe/Y&R, London, United Kingdom
Executive Creative Director:Mick Mahoney
Creative Director:Andy Amadeo
Art Director:Freddie Wood
Copywriter:Psembi Kinstan
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Amnesty International: Portraits Against Oblivion


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Amnesty International

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