“Breaking Bad” e as novas regras da televisão

Todo mundo tem um amigo que um dia (ou todos os dias) repetiu exaustivamente que você deve assistir “Breaking Bad”. E não é uma simples recomendação, inclua aí doses de histeria: “assista logo!”, “é a melhor série!”, “quem não vê está por fora!”, “se você não assistir sua vida não terá sentido!”, e outras alegações do tipo. Um comportamento talvez, só talvez, um pouco exagerado, e que virou motivo de piada, tipo fã do Iron Maiden, mas que tem fundamento. Eu mesmo fui influenciado assim, e passei os últimos anos recomendando de forma pouco controlada para quem ainda não assistia/assiste, sem vergonha de ser chato. Peço desculpas se fui irritante, mas me dê licença para ampliar o discurso a partir de agora.

O fato é: Quando o último episódio da série for exibido, em 29 de setembro de 2013, não importa se você acompanhou ou não a saga de Walter White e sua família – e nem qual seja o aguardado destino dos personagens – o sarrafo das produções televisivas terá atingido o seu ápice. Pode-se até argumentar que muitos outros programas ainda estão em andamento, e tantos ainda virão, mas o ciclo narrativo e técnico do show da AMC terá impactado as indústrias criativas de forma indelével.

“Breaking Bad” é um exemplo impecável da televisão como forma de arte, competindo em um terreno antes exclusivo do cinema. A mídia televisiva, que por muito tempo foi demonizada como um viciante e alienador antro de programação popular e vulgar, se tornou na última década também sinônimo de cultura e entretenimento adulto de qualidade. Bem, é verdade que a maior parte da TV ainda é recheada de realitys e programas de auditório de gosto duvidoso, mas, quando se fala em dramaturgia, estamos testemunhando uma inversão de papéis entre as emissoras e os estúdios de Hollywood.

Uma revolução criativa que permitiu à TV ter o impacto cultural, o conteúdo autoral e os investimentos antes exclusivos do cinema

Breaking Bad

Dois livros recentes – “The Revolution Was Televised” de Alan Sepinwall, e “Difficult Men” de Brett Martin – falam dessa revolução criativa e mercadológica que permitiu à TV ter o impacto cultural, o conteúdo autoral e os investimentos que antes eram dominados pelo cinema. Enquanto Hollywood tornou-se conservadora, tentando ser a prova de falhas com uma obsessão crescente por franquias e blockbusters, os canais de televisão assumiram um comportamento rebelde e arriscado. Claro que números importam, mas as emissoras pagas decidiram que, muitas vezes, o buzz e a influência valem mais do que métricas quantitativas de audiência.

Breaking Bad

Uma das consequências disso como marca é que, em uma época de fragmentação do público, os canais de TV estão conseguindo estabelecer conexão e fidelidade com o espectador, algo que os grandes estúdios de cinema – exceto a Disney/Pixar – não tem. Ninguém espera ansiosamente para ver o próximo filme da Warner Bros. ou da Paramount, por exemplo, esse sentimento depende muito mais do elenco e profissionais envolvidos, mas certamente tem muita gente na expectativa pelo que a HBO, AMC ou Showtime farão a seguir.

Outro ponto que também era tido como exclusivo de Hollywood, e que agora migra para a televisão, é a força dos criadores. Os diretores de cinema sempre foram vistos como as estrelas do show, mas na TV os responsáveis por séries também tem conquistado o status de celebridade, contando com liberdade para controlar todo o processo de produção e sendo reconhecidos por isso.

Cresce também o intercâmbio entre meios, com diretores e atores de filmes atuando na televisão, antes considerada lugar de profissionais de segundo escalão. Aliás, os estúdios é que estão atrás dos ícones das séries para trabalharem em seus filmes. Bryan Cranston ter sido escolhido para viver o novo Lex Luthor, por exemplo, não foi apenas pela careca brilhante.

“Breaking Bad” é prova cabal de todo esse cenário, definindo o ponto mais alto da mídia até o momento e culminando no que Brett Martin chama de “a terceira Era de Ouro da TV”. Porém, não custa lembrar que tudo começou antes. 14 anos antes, para ser exato, com um rechonchudo (quase careca) de roupão e que se encantou com patos na piscina de sua casa.

The Sopranos

The Sopranos e HBO: “Isso não é TV”

Apesar de “Oz”, o drama prisional da HBO, ter ido ao ar quase dois anos antes, marcando a entrada em conteúdo original da emissora, a estreia de “The Sopranos” em 1999 é notoriamente tida como a pedra fundamental dessa revolução, onde novos tipos de estórias e estrutura formal permitiria que dezenas de outras séries fossem possíveis no futuro. Vince Gilligan, criador de “Breaking Bad”, afirmou que Walter White não existiria sem Tony Soprano.

David Chase e sua equipe de roteiristas modificaram a arquitetura de storytelling comumente praticada. Nada mais é garantia de final feliz.

Quando David Chase criou um mafioso no divã, que se dividia entre uma rotina de crimes e dedicação familiar, deu vazão ao surgimento de muitos outros anti-heróis. Quebrando convenções, “The Sopranos” mostrava que nada mais era garantia de final feliz. A morte de personagens regulares passou a ser comum, algo antes impensável na TV. Tony Soprano é um protagonista que causa empatia, mas ainda assim violento e assassino, um tipo de personagem que as pessoas viam e gostavam no cinema, mas não aceitavam “dentro de suas casas”.

Além disso, sem a obrigação de saciar o apetite das emissoras de TV aberta por mais e mais episódios, e no menor tempo possível, Chase e sua equipe de produtores e roteiristas modificaram a arquitetura de storytelling comumente praticada. Cada episódio de “The Sopranos” é sólido por si só, mas também faz parte de um arco maior de temporada, e se conectam de forma coerente uns aos outros. Não funciona como uma sitcom, em que você pode ligar a TV e assistir o que estiver passando fora de ordem.

Ao contrário das séries procedurais, que apresentam uma premissa no piloto e dependem da mesma fórmula nos episódios subsequentes – inclua aí os sucessos “E.R”, “Greys Anatomy”, “West Wing”, “CSI”, “House”, e tantas outras – a produção da HBO apostava principalmente na construção paulatina de personagens. Cliffhangers não tinham tanta importância, os espectadores eram fisgados pelas personas da história, com dezenas de capítulos que acabavam no mais absoluto silêncio.

James Gandolfini e David Chase

James Gandolfini e David Chase

Agressivamente artístico e violento, “The Sopranos” foi recusado por diversas empresas. CBS, NBC, ABC e Fox, naturalmente, julgaram muito pesado para uma emissora aberta. E ainda bem. Um grande trunfo da HBO, que por muito tempo trabalhou o slogan “It’s Not TV”, era a não existência de uma grade de programação fixa, de um horário nobre. Ninguém estava esperando pela estreia de “The Sopranos”.

Recorde de audiência na TV paga, “The Sopranos” foi um acontecimento televisivo que permitiu e influenciou a origem de outras tantas séries dos anos 2000

Isso permitiu que David Chase tivesse o luxo de escrever, filmar e editar todos os 13 episódios da primeira temporada da série antes que uma única chamada fosse ao ar. A HBO, por sua vez, não tinha anunciantes com os quais se preocupar. Não importava se o programa seria considerado violento, denso e pouco acessível. Ao contrário do canais abertos, a quantidade de executivos a se agradar era bem menor.

Os planos da HBO passavam muito além de satisfazer as massas e as marcas, e sim estava focado na importância do buzz que citei no começo desse texto. O canal investia em produções originais com pretensões artísticas pois queria criar uma poderosa percepção no público: A de que uma pessoa aculturada não poderia viver sem ter a assinatura da HBO. Mesmo que essa pessoa só assista uma hora por semana, ela precisa acompanhar o que o canal faz ou estará perdendo conteúdo de qualidade superior, estará por fora das conversas com os amigos.

The Sopranos

Na outra ponta dessa mudança está o papel da tecnologia. As vendas de DVD’s com temporadas inteiras permitiu que a série ganhasse fãs continuamente, e estes passassem então a acompanhar os novos episódios pela TV. Atualmente isso é ainda mais crucial, considerando os variados serviços de streaming e a pirataria, a ponto da própria HBO se dizer feliz e satisfeita com os milhões de downloads ilegais de “Game of Thrones”, por exemplo.

Mudou-se também a maneira de se fazer críticas de séries. Sempre foi padrão das publicações especializadas escrever reviews baseadas em um ou alguns episódios apenas. Os produtores de “The Wire, que foi ao ar três anos depois da estreia de “The Sopranos”, enviavam temporadas completas para os críticos, adotando uma nova estratégia de divulgação. O pensamento é de que, assim como você precisa ler pelo menos umas 100 páginas de um livro para ser agarrado pela história, também precisa assistir quatro ou cinco horas de um seriado, no mínimo, para “se viciar”. Com a internet, virou comum a prática do “recap”: Centenas de sites e blogs analisando episódio por episódio, assim que vão ao ar, repercutindo a série por um longo período e gerando conversação entre os fãs.

Com tudo a favor, “The Sopranos” se tornou canônico da história da televisão, alcançando 14.4 milhões de espectadores em média por episódio, um número assombroso para um canal pago, e o recorde da HBO até hoje (nem o hype de “Game of Thrones” ainda supera essa estatística). Foi um acontecimento televisivo que definiu e permitiu a origem de outras tantas séries, entre elas: “24 Horas”, “Lost”, “Six Feet Under”, “Dexter”, “The Wire”, “Deadwood”, “The Shield”, “Weeds”, “Rome”, “Boardwalk Empire”, “Homeland”, “Mad Men”, “The Walking Dead” e, claro, “Breaking Bad”.

Breaking Bad

Breaking Bad

“I am the one who knocks”

Assim como o protagonista de “The Sopranos”, David Chase nunca fez cara de bons amigos para a maior parte das pessoas que trabalharam com ele. Sua relação com a indústria é descrita como temperamental. Talvez o motivo esteja no fato de que sempre quis trabalhar com cinema, e revelou em entrevistas que por várias vezes pensou se não deveria ter se dedicado a produzir filmes nos anos em que fez a série. Mas a pergunta de um jornalista o deixou sem resposta: “Que filmes?”

Vince Gilligan também era um desses que sonhava em trabalhar em Hollywood. Chegou a escrever alguns roteiros, um deles foi produzido com Drew Barrymore e Luke Wilson no elenco, e também co-roteirizou “Hancock”, mas tantos outros foram reprovados. Porém, logo encontrou seu lugar na série “Arquivo X”, um totem da cultura nerd, onde escreveu um total de 27 episódios e co-produziu outros tantos.

Um de seus companheiros na sala de roteiristas era Thomas Schnauz. Um dia, numa conversa telefônica, ambos se queixavam da indústria do cinema, de como a burocracia e a politicagem travam o processo criativo. Gilligan, com um pé no desemprego, disse: “Talvez a saída seja virarmos funcionários do Walmart”. Thomas respondeu:

“Ou podemos comprar uma van e transformar num laboratório de metanfetamina”.

A sugestão absurda foi o ponto de partida para Vince Gilligan, no mesmo dia, anotar dezenas de outras ideias e pensar em arcos que deram origem a “Breaking Bad”. Schnauz, claro, entrou no bonde, ou melhor, na van, e nesses seis anos de existência da série não apenas co-roteirizou diversos episódios, como também é creditado como co-produtor executivo.

Vince Gilligan

Vince Gilligan

A essência – Mr. Chips que vira Scarface – estava lá desde o início, assim como a metáfora sobre a crise de meia idade, os questionamentos morais, parceiros e prováveis adversários que Walter White enfrentaria em sua jornada. Porém, Gilligan se perguntava se essa história deveria ser um filme ou uma série de televisão. Anos antes, seria um filme sem dúvida, mas em 2005 (quando botou as ideias no papel) só podia ser TV.

Com as ideias no papel, Gilligan se perguntava se essa história deveria ser um filme ou uma série de televisão

Começou então a via crúcis por possíveis emissoras interessadas. Executivos da TNT adoraram a ideia, mas questionaram: “Precisa mesmo ter metanfetamina? Se comprarmos sua ideia, seremos demitidos”. Showtime acabara de estrear outra série sobre drogas, “Weeds”. FX só produzia uma série por ano, e já tinham se comprometido com “Dirt”, de Courtney Cox, cancelada pouco tempo depois. A HBO nunca retornou após uma primeira reunião. Será que arrependimento mata?

Se tem algo que um canal de TV detesta, aliás, é ver uma ideia rejeitada virar série de sucesso na concorrência. O FX até se propôs a comprar os direitos de “Breaking Bad” e filmar o piloto, mas deixariam numa gaveta, sem previsão de produzir uma temporada. Vince Gilligan, obviamente, não topou a proposta, e restava a AMC, onde o primeiro episódio de “Mad Men” tinha acabado de ser filmado.

Breaking Bad

Breaking Bad

O abismo criativo das histórias serializadas

A televisão é uma mídia que, desde sua origem, necessita de uma narrativa que possa se estender indefinidamente. Faz parte do negócio. Uma empresa investe milhões, emprega milhares de pessoas, abre divisões corporativas e coloca sua reputação em risco confiando apenas em uma hora de vídeo ou num novo quadro de programa. O criador, por sua vez, mergulha num abismo criativo, se comprometendo de que a história vai continuar pelo maior tempo possível.

A quebra dessa estrutura formal é um dos grandes trunfos de “Breaking Bad”. Concebida desde o início como uma trama com começo, meio e fim, menor quantidade de episódios, mais tempo dedicado ao roteiro e produção e, principalmente, mais risco criativo na tela. Uma série com essa proposta pode fazer sempre a história caminhar pra frente, com grandes acontecimentos e mudanças entre os personagens, sem a necessidade de passar anos andando de lado pois a emissora não tolera desagradar a audiência. Alguém lembrou de “Dexter” e seu declínio criativo nos últimos anos?

Assim como “The Sopranos”, cada episódio de “Breaking Bad” é um trabalho de arte em si. David Chase, em 1999, fez o que era normal: Tinha todo o arco de uma temporada descrito em uma lousa, mas precisava montar uma sala de roteiristas para desenvolver cada episódio. Essa linha de produção é comum na televisão. Episódios saem como carros em uma fábrica. Enquanto um está sendo filmado, outro já está sendo escrito e produzido por diferentes equipes. Chase quebrou esse padrão, decidindo que queria manter o controle de todo o processo e colocar suas ideias em todos os capítulos.

Vince Gilligan repetiu o formato, com a diferença de ser considerado um cara mais afável para se trabalhar. Mesmo autocrático, acredita na colaboração, equilibrando sua visão e gerenciamento microscópico de cada detalhe da série com atuação em equipe. Em entrevistas, já disse que todos são iguais em sua sala de roteiristas.

Cada episódio é um trabalho de arte por si só. Benefício de uma trama com começo, meio e fim pensados desde o início.

Toda discussão de Gilligan com seu grupo de escritores – sete no total – passa por duas perguntas: 1. Para onde os personagens estão indo?; e 2. O que acontece depois?; É como um jogo de xadrez: “Se movermos esse personagem daqui para lá, quais serão os movimentos das outras peças?”, disse Gilligan num recente Writer’s Panel.

Toda ideia supõe uma ação, assim como suas consequências. Lembra do que eu falei sobre andar pra frente e não de lado? O modo como “Breaking Bad” lida com o ritmo da trama é um dos elementos chave da genialidade da série. Corta caminhos quando você acha que ainda tem muito pra acontecer, deixando para o espectador juntar as peças; ou segura a onda quando parece que o confronto é inevitável, introduzindo flashbacks ou flashforwards de maneira intrigante.

Breaking Bad

Storytelling visual e o papel do Novo México

“Breaking Bad” é, de longe, a série de TV mais estilizada visualmente. Antigamente, a falta de verba fazia personagens descreverem acontecimentos, falando muito mais do que mostrando. Já a atração da AMC se beneficia dessa migração de dinheiro, e investe em produção e truques de camera, com os famosos takes com GoPro em objetos, ponto de vista em primeira pessoa, e outras maneiras criativas de se capturar uma cena.

Escolhida por causa de incentivos fiscais, a cidade de Albuquerque ficou enraizada visualmente na tela, permitindo um novo cenário dramático para os roteiristas

O roteiro padrão de um episódio de “Breaking Bad” pode conter diversas páginas sem um único diálogo, com acontecimentos mostrados em silêncio ou apenas com ruídos diegéticos. Claro que o impacto da história é o principal, mas não seria igual sem o storytelling visual trabalhado por Vince Gilligan, bem como o excelente design de som que colabora de forma essencial para a crescente tensão de determinados momentos.

As locações contribuem muito nesse sentido, e são consideradas pelo próprio criador como um personagem a parte. Originalmente, Walter White e sua família morariam na California, como tantas outras figuras do entretenimento, mas questões financeiras – leia-se: incentivos fiscais – transferiram a trama para a cidade de Albuquerque, no estado do Novo México.

Com média de 310 dias ensolarados por ano, a região está para “Breaking Bad” assim como New Jersey está para “The Sopranos”. Não dá pra imaginar a série sem esse palco, que teve a geografia e topografia enraizada visualmente na tela, permitindo um novo cenário dramático para os roteiristas. As conversas (e ameaças) no deserto, que transformam “Breaking Bad” praticamente num faroeste, são icônicas. Impossível pensar nisso tudo acontecendo com uma praia ao fundo.

A próxima década do audiovisual terá “Breaking Bad” no seu encalço

Também é notório o jogo de cores da série, que brinca com o figurino dos personagens para criar simbolismos. O design de produção e de som fazem de cada episódio uma experiência cinemática. Rimas visuais conectam cenas e dão pistas do que está por vir, composições retratam sentimentos e situações em segundos, a fotografia frequentemente mergulha os personagens em luz ou sombras. Outro destaque é o uso do princípio narrativo do dramaturgo Anton ChekhovChekhov’s gun – de que todo objeto da trama deve ser essencial e insubstituível, com a série resgatando elementos que, se inicialmente pareciam banais, reaparecem em momentos críticos.

Isso tudo fez “Breaking Bad” ter sua porção de “Lost”, aliás, com fãs interagindo com a série e desconstruindo meticulosamente cada episódio na tentativa de desvendar possíveis pistas. Mais uma prova da televisão que deixou de ser mídia passiva, tendo, praticamente em tempo real, elementos como cores, locais, números, placas, e etc, discutidos pelos espectadores nas redes sociais. Provavelmente, muito disso não passa de mera especulação, mas inspira os criativos na busca pela TV social.

Breaking Bad

O fim é difícil, mas inevitável

No mundo ideal da televisão, nada acaba. Todo o modelo financeiro da TV depende de longevidade, e são raras as produções que reconhecem que tem data de validade. “Breaking Bad” sairá de cena como uma produção cultural com o carimbo de “essencial” justamente por saber que boas histórias terminam.

Restam apenas cinco episódios para o fim – e estes três últimos exibidos foram particularmente brilhantes – um momento difícil para criadores e fãs, mas ainda assim inevitável, nas palavras do próprio Vince Gilligan. Não é exagero dizer que ele deixará um legado no mesmo nível, ou ainda maior, do que David Chase fez com “The Sopranos”. A próxima década do audiovisual terá “Breaking Bad” no seu encalço, com comparações e lembranças, para o bem ou para o mal. Caberá aos estúdios, emissoras e criativos seguirem essa trilha, onde a ousadia é premiada com sucesso e a certeza de que os espectadores estão preparados para ela.

Lá no primeiro parágrafo, eu disse que encheria um pouco mais o saco de quem ainda não assiste a série. Mas não quero fazer através dos argumentos desse longo texto. Eu poderia até dizer que é obrigação de quem trabalha com comunicação e nas indústrias criativas em geral e ponto final, mas não, não assista porque é rotulado de canônico, de fundamental ou de o melhor drama da TV.

Assista porque é divertido. Muito, mas muito divertido. Assista pelos momentos (vários deles) em que você levará a a mão à boca pois não consegue acreditar no que está acontecendo. Assista pelas cenas que farão você gritar com a TV, sentar na ponta do sofá, xingar um personagem, e torcer como se fosse um jogo de futebol. Veja também pelos momentos de humor e de questionamento moral, onde você chega a conclusão de que faria a mesma coisa – “é tudo pela família!” – só para no minuto seguinte dizer que chega, não dá pra confiar em mais ninguém. E claro, assista também para chamar Vince Gilligan de sádico, pois esse filho da p* sabe como terminar um episódio como ninguém. Um dos poucos que, atualmente, faz 50 minutos passarem como se fossem 10. Sentirei saudade.

Breaking Bad

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Os efeitos digitais da terceira temporada de “Game of Thrones”

Quando você assiste “Game of Thrones”, certamente viaja longe naquele mundo de fantasia e ódio pelos Starks do George R.R. Martin. Mas não pense que é fácil. Antes de chegar na sua tela, a série passa por muitas camadas de tratamento, e uma das mais importantes é feita pela SpinVFX.

O vídeo acima revela o trabalho de efeito digitais da terceira temporada do programa da HBO, e por mais que já tenhamos visto dezenas desses reels dominados pelo fundo verde, nunca deixamos de nos surpreender. Me sinto até um pouco idiota, ao ver que o gigante é só um cara segurando uma vara (calma, não pense bobagem).

GoT

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Tumbleweed Tango Animation

Tumbleweed Tango est une vidéo d’animation du plus bel effet dans lequel un chien ballon se lance avec sa partenaire dans un tango infernal pour éviter d’être percé par tous les cactus qui l’entourent. Une création proposée par Humble TV très réussie à découvrir dans la suite.

Tumbleweed Tango Animation8
Tumbleweed Tango Animation7
Tumbleweed Tango Animation6
Tumbleweed Tango Animation3
Tumbleweed Tango Animation2
Tumbleweed Tango Animation1
Tumbleweed Tango Animation5

Fubiz TV 21 – Thibaut de Longeville

Fubiz vous présente le nouvel épisode Fubiz TV Issue 21. Au sommaire de ce numéro, une sélection du meilleur de l’actualité de l’univers créatif et nous avons eu la chance de rencontrer le réalisateur et producteur Thibaut de Longeville dans les locaux de son agence 360 Creative pour une interview exclusive.

ArticleFubizTV21_8
ArticleFubizTV21_6
ArticleFubizTV21_5
ArticleFubizTV21_7
ArticleFubizTV21_3
ArticleFubizTV21_1
ArticleFubizTV21_4

Netflix e o fim da TV como conhecemos

Há alguns meses, enquanto assistia “House of Cards”, me perguntei em determinado momento se a excelente série seria passível de indicação a prêmios e celebração pela indústria de televisão. Afinal, não era precisamente TV, na forma que estávamos acostumados, e sim conteúdo de um serviço online que tem seus detratores e é visto como ameaça por grande parcela do mercado. Mas como ignorar uma produção em alto nível, com nomes como David Fincher e Kevin Spacey envolvidos?

A resposta veio na sexta-feira passada, no anúncio da Academia Nacional de Artes & Ciências Televisivas, com “House of Cards” acumulando nove indicações – mais três para “Arrested Development”, e duas para “Hemlock Grove” – ao Emmy 2013. Isso é histórico. São 14 indicações no total para a Netflix, que agora compete de igual pra igual com todas as outras tradicionais emissoras de televisão, na panelinha que dominavam, incluindo a toda-poderosa HBO e sua mastodôntica “Game of Thrones”.

Esse reconhecimento reacendeu os discursos de revolução no consumo da mídia, 15 anos após “The Sopranos” ter sido a primeira produção de TV paga reconhecida pelo mesmo Emmy. Não precisa ser nenhum entusiasta – ou cair na batida discussão velhas mídias contra novas mídias – para perceber que estamos testemunhando uma reviravolta na indústria e, principalmente, a concretização de uma ideia que tinha tudo para falhar. E ainda tem.

Reed Hastings, CEO

Reed Hastings, CEO

O sonho digital

Reed Hastings sempre foi considerado um empreendedor silencioso, um caso raro de faz primeiro para depois falar (e mandar press release), ciente de seu lugar frente aos gigantes conglomerados que dominam um negócio bilionário há décadas. Hastings nunca comprou brigas públicas ou fez discursos inflamados. Desde que fundou a Netflix em 1997, entregando DVD via correio, foi chamado inúmeras vezes de gênio, mas também de lunático idealista.

Com 30 milhões de assinantes, a Netflix é responsável por 1/3 do consumo de toda a banda na América do Norte nos fins de semana

Em 2011, já considerado “culpado” pelo fim da Blockbuster e acumulando 15 milhões de assinantes que “alugavam” DVD’s, Hastings decidiu separar seus modelos de negócio. Criou o Qwikster para lidar com os discos de plástico, deixando a Netflix exclusiva como serviço de streaming online, fazendo jus, finalmente, ao seu nome: Netflix, e não “DVD em casa”.

A reação foi a pior possível, tanto por parte dos consumidores, que debandaram em número alarmante (mais de 800 mil), como de Wall Street. As ações da empresa despencaram 60%, o que fez Hastings pedir desculpas e voltar atrás na decisão. Visto como um jogador de xadrez paciente até então, o CEO admitia que estava indo rápido demais em busca do sonho 100% digital.

Posso estar sendo romântico demais, mas é justamente esse idealismo que vejo como fundamental na estratégia vencedora da Netflix. Reed Hastings permaneceu estoico, sempre apostando na mudança do consumo de TV, com vídeo na nuvem, sendo distríbuido online sob demanda em qualquer dispostivo. Poucos tem estômago para arriscar sistematicamente, ainda mais depois de um fiasco como o Qwikster, e é nesse momento que vemos muitas startups alterarem sua filosofia para se encaixarem numa imposição de mercado. Falar em revolução depois que ela já está em curso é fácil.

A justificativa do CEO para dividir a companhia em duas era a necessidade de dar foco ao streaming online, imaginando o futuro não tão distante no qual acreditava. Atualmente com 30 milhões de assinantes, a Netflix é responsável por 1/3 do consumo de toda a banda na América do Norte nos fins de semana, superando YouTube, Hulu, Amazon, HBO Go, iTunes, e BitTorrent combinados. É, acho que ele tinha alguma razão.

Netflix

Com ajuda do YouTube e Xbox

Em 2000, uma equipe de engenheiros da Netflix criou o primeiro sistema próprio de streaming. Eram necessárias 16 horas para fazer download de um filme. Inviável, óbvio. Em 2003, Reed Hastings insistiu, dessa vez montando um PC com Linux de 300 dólares, que levava duas horas para baixar um filme.

Esse tipo de equipamento, aliás, foi a origem de centrais multimídia como Roku, Boxee, e similares, mas na Netflix o projeto foi engavetado até 2006. Foram os três anos necessários para o mundo digital já estar diferente. A banda larga tinha atingido velocidade e alcance bem maior, e algo recente começava a mudar o comportamento das pessoas: o YouTube.

O YouTube mudou a maneira como nos relacionamos com vídeos. Não precisamos mais ser donos de discos ou arquivos.

Hoje notoriamente a maior plataforma de vídeos do mundo, o YouTube foi o grande responsável por perdermos a noção de que precisamos ser donos dos vídeos. Você entra no site, busca e assiste o que procura, em vez de comprar discos prateados ou baixar arquivos para guardar no computador.

Já existia streaming bem antes do YouTube, claro – quem não se lembra do nada saudoso RealPlayer? – mas jamais na qualidade e velocidade apresentadas pela tecnologia criada por Chad Hurley e Steve Chen em 2005. O YouTube alterou nossa relação com vídeo online, abrindo caminho também para o tão desejado plano da Netflix.

Outra mudança essencial na história da empresa foi a decisão de Hastings de que não estavam no negócio de hardware, e sim no de prestação de serviço. A Netflix deveria estar presente nos dispositivos que as pessoas já tinham. TV’s, PC’s, consoles, player’s de DVD/Blu-ray, iPod’s, smartphones, tablet’s, e no que mais fosse possível instalar um aplicativo. Números do primeiro trimestre de 2013 indicam que mais de 4 bilhões de horas de vídeo foram assistidas em cerca de 1000 modelos diferentes de eletrônicos.

Netflix

O acordo com a Microsoft para incluir o app de Netflix no Xbox foi crucial, num momento, aliás, em que a gigante de Redmond já planejava transformar seu console em mais do que um videogame. Atualmente é comum falar no Xbox ou PlayStation como centros de entretenimento na sala de estar, mas até então eram vistos apenas como equipamentos relegados ao quarto da criança/adolescente, ou do pai que domina a sala para jogar FPS nas horas vagas (ou não).

Em três meses disponível na Xbox Live, a Netflix conquistou 1 milhão de novos assinantes. Grande parte desse público jamais tinha tocado num videogame antes: as mulheres. Mais tarde, acordos com Samsung e Sony ampliaram a oferta de eletrônicos com o aplicativo pré-instalado. As chamadas Smart TV’s e players DVD/Blu-ray saem de fábrica com Netflix em destaque.

Hackeando Hollywood

Após garantir presença no dia a dia das pessoas, a Netflix precisava de mais do que filmes antigos e velhos seriados para atrair a atenção de novos assinantes. Reed Hastings queria os blockbusters, e assim enfrentaria suas duas maiores barreiras: Hollywood e as emissoras de TV.

O pulo do gato da Netflix foi explorar uma brecha contratual, que colocou o serviço online no mesmo patamar das emissoras de TV a cabo

Comprar e alugar DVD’s era um negócio que não exigia nenhuma barganha, e alterar o sistema “tudo o que você puder consumir por um preço fixo” no streaming – se transformando num pay-per-view comum – também não estava nos planos da empresa. Ou seja, as negociações à lá Steve Jobs com as gravadoras, que fizeram a iTunes Store ser possível, não serviriam.

Primeiro a Netflix utilizou o que é hoje seu maior ativo – as estatísticas de consumo dos usuários – para mostrar aos estúdios de Hollywood que seria capaz de transformar filmes menores e obscuros em sucessos no streaming. Os acordos com canais de TV tradicionais, que compram em pacotes, exigem o comprometimento dos estúdios por uma determinada quantidade de blockbusters, com atores famosos incluídos, já o serviço sob demanda trabalharia com o conceito de cauda longa.

Em segundo lugar, a companhia encontrou uma maneira de hackear o velho sistema de janela da indústria de filmes. Para quem não está familiarizado, explico: a janela é uma engrenagem que há muito tempo regula o lançamento de um filme, em diferentes meios e formatos, através de intervalos de tempo.

Depois que a produção é exibida nos cinemas, leva alguns meses para ser lançada em home video e pay-per-view. Mais algum tempo depois, canais premium de TV paga – com contratos de exclusividade que podem somar 2 bilhões de dólares ao ano – ganham o direito de exibir o título. Depois de mais alguns meses, é que o filme chega em outras emissoras de TV a cabo, e leva anos para ser exibido em TV aberta.

David Fincher, Kevin Spacey e Kate Mara no set

Fincher, Spacey e Kate Mara no set

O sistema de janela pode “prender” um filme por quase uma década. É verdade que os intervalos tem sido cada vez menores, muito para aproveitar as milionárias campanhas de marketing, mas ainda assim as exclusividades de lançamento são para as redes que conseguem barganhar o melhor acordo. Filmes da Warner Bros, por exemplo, estreiam primeiro na HBO.

O pulo do gato da Netflix foi explorar uma brecha contratual, que colocou o serviço online no mesmo patamar das emissoras de TV a cabo. Em 2008, uma negociação com o canal premium Starz adicionou de imediato 2500 novos títulos na biblioteca do serviço de streaming. É óbvio que viria pressão de Hollywood e das provedoras de TV, desencorajando a iniciativa, mas com mais filmes vieram mais assinantes, e quanto mais assinantes, mais dinheiro. Como disse Hastings em entrevista:

“Se gerarmos dinheiro suficiente para os estúdios, poderemos conseguir o conteúdo que quisermos.”

Dessa forma, a Netflix passou a costurar seus contratos diretamente com os estúdios, aumentando a oferta de conteúdo na nuvem e com presença maciça nos dispositivos mais populares em diversos países. Existe uma previsão de que a empresa vá gastar pelo menos 5 bilhões de dólares nos próximos anos em licenciamento de filmes e séries.

Big Data

Netflix

O surgimento de concorrentes é constante, seja das próprias emissoras, provedoras de TV ou até de estúdios, sem contar a iminente entrada da Amazon, Google e Apple no mesmo modelo de negócio, mas a Netflix parece ciente do seu verdadeiro trunfo.

Reed Hastings e sua equipe – hoje com mais de 2000 funcionários – aperfeiçoaram o que hoje é moda chamar de big data com seu sistema de recomendação. O grande segredo da Netflix é seu algoritmo, que busca adivinhar o que as pessoas querem assistir a seguir. A empresa acredita que quando um assinante gosta de um filme que viu através do serviço, mais ele estará conectado emocionalmente com a marca.

Em média, a cada três filmes assistidos, o usuário gosta realmente de um. Se a proporção aumentar de dois pra três, mais a Netflix será relevante na vida do consumidor. Sendo assim, existe um grande investimento para melhorar a taxa de acertos do sistema. Isso é feito não apenas com os ratings registrados pelos usuários, mas também com as informações de quando o espectador pausa, avança ou retrocede um vídeo, bem como dias e horários preferidos de cada um. Toda essa massa de dados reunidos rege os próximos negócios do serviço.

As estatísticas servem, inclusive, para melhorar a performance dos 20 mil servidores Amazon com 3.14 petabytes de vídeo que a Netflix faz uso. Toda noite, uma análise gera um relatório que mostra os filmes e séries mais vistos do dia. Se determinado título se populariza em uma cidade, ele é automaticamente transferido para memórias flash de alta velocidade, garantindo o streaming mais rápido naquela região. O mesmo é feito com os diferentes formatos de arquivo, com o sistema buscando rapidamente o vídeo compatível para o gadget do usuário.

Conteúdo original

Netflix

Com investimento em produções próprias, a Netflix derrubou o último bastião que a separava de ser tratada como um canal de TV. E nesse quesito podemos considerar duas grandes revoluções de abordagem.

A primeira é com os próprios criadores. Muitos se perguntam como a Netflix conseguiu atrair David Fincher e Kevin Spacey para “House of Cards”, e a resposta é bem simples: liberdade. Diferentemente das imposições dos canais de TV na obsessiva busca por mais audiência, a Netflix deu carta branca aos produtores e roteiristas da série. É assim que você, sem verba ilimitada, faz um dos diretores mais requisitados de Hollywood apostar na sua ideia

Depois vem a mudança na relação com os próprios espectadores. Não mais um episódio por semana, que é o modelo que a televisão usa para maximizar os lucros com muita publicidade no meio, e sim todo o pacote entregue de uma vez. A Netflix lança todos os episódios das suas séries originais ao mesmo tempo, apostando no chamado “binge view”, a maratona em frente a TV.

A decisão foi condenada por diversos especialistas do mercado, mas Reed Hastings continua acreditando na mesma filosofia desde o início: tudo o que você puder consumir, quando e onde quiser.

Quando conversei com Gabriel Rodrigues-Nava, Community Manager da Netflix na América Latina, perguntei se existiam planos de inserir publicidade antes, durante ou depois dos episódios, e a resposta foi taxativa: “Fora de questão”. Isso não impede, claro, a propaganda através de product placement. PlayStation e Pizza Hut são duas das marcas que aparecem inseridas na trama de “House of Cards”, por exemplo.

Netflix

Novas regras (ou o fim delas)

A conta da Netflix ainda não fecha como Wall Street gostaria. Do 1 bilhão de dólares em receita, foram 57 milhões de lucro. A pequena margem é explicada pelos caros contratos de licenciamento, cada vez mais excruciantes, e pelo inédito investimento em produções originais. Os 13 episódios de “House of Cards” custaram aproximadamente 100 milhões de dólares.

Netflix

Analistas dizem que, para ser sustentável, a Netflix deveria manter uma base de 40 milhões de assinantes somente nos EUA. Mas Reed Hastings sonha mais alto. Ele quer 90 milhões de usuários americanos, considerando até que esses desistam de pagar TV a cabo, 90 dólares/mensais em média.

A empresa não revela números no Brasil, mas diz que continua crescendo sua base mesmo com o recente aumento no valor da mensalidade, de R$ 14,90 para R$ 16,90. De qualquer maneira, por aqui já incomoda faz tempo, até com propostas da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) de regulamentar (leia-se, blindar) o segmento.

As probabilidades de tudo dar errado ainda existem. O investimento em conteúdo original pode fazer os estúdios, com os quais existe acordo, enxergarem a Netflix como concorrente. A dependência dos servidores Amazon, em vez de possuir infraestrutura própria, também é vista como ameaça. A entrada da Apple e da própria Amazon no negócio pode alterar completamente o panorama atual. Sem contar o catálogo ainda fraco em diversos países, incluindo o Brasil.

Porém, como eu disse no começo, correndo o risco de ser leviano, afinal, “money talks”, as suposições e os números da Netflix são detalhe – pelo menos nesse momento – perto do impacto incalculável que a empresa está causando na indústria de entretenimento. É um pioneirismo que mudou o mercado, que corre para se adaptar, e que mudou nossa relação com a televisão. É só experimentar Netflix por algum tempo, ou algum concorrente que seja – nacionais temos o NET NOW, Telecine On e Vivo Play, por exemplo – para perceber como a tal “grade de programação” é arcaica, e como é cada vez mais ridículo precisar marcar hora para assistir algo na TV convencional. É também questão de tempo para as transmissões ao vivo se democratizarem para outras telas e formatos.

Em carta aberta publicada em abril passado, Reed Hastings cita Francis Underwood de “House of Cards” e revela sua visão para o futuro da TV. A internet vai substituir a programação linear, aplicativos substituirão canais, controles remotos irão desaparecer, e telas irão proliferar.

Isso deixa claro como a internet nunca vai matar a televisão, como um dia se afirmou, mas vai alterando completamente, em um ritmo mais acelerado do que os conservadores gostariam, o seu modo de existir e se relacionar com os espectadores. E lembre-se, ainda nem estamos considerando a força e infinidade do conteúdo em vídeo gerado diariamente pelas pessoas na web. Não deve demorar mais 15 anos até uma websérie no YouTube ser indicada ao Emmy.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Sony Bravia Triluminos

Le constructeur Sony a demandé à Be-Ready, Sublab et Raoul Rodriguez de concevoir une vidéo afin de promouvoir sa gamme de téléviseurs Bravia intégrant la technologie Triluminos. Avec l’utilisation d’une caméra Phantom Flex, cette vidéo nous propose de découvrir au ralenti l’explosion de 45 pots de peinture.

Sony Bravia Triluminos8
Sony Bravia Triluminos7
Sony Bravia Triluminos6
Sony Bravia Triluminos5
Sony Bravia Triluminos4
Sony Bravia Triluminos3
Sony Bravia Triluminos
Sony Bravia Triluminos9

Você sabia que na Bulgária o sinal de “SIM” com a cabeça significa “NÃO”?

Lembra do Chaves fazendo sinal de “sim” e dizendo “não” na escola do Professor Girafales? Na Bulgária é mais ou menos assim que acontece 🙂

Quem conta essa história é a nova campanha “Travel Yourself Interesting” da Expedia, criada pela Ogilvy de Londres. São dois filmes divertidos com curiosidades sobre destinos interessantes para viajar. Assista abaixo.

Assim que sair uma versão legendada eu atualizarei o post. Por enquanto, só em inglês:

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

A Cultura do Spoiler: de Odete Roitman a “Game of Thrones”

Eu sou o tipo de pessoa que  assistiu “O Sexto Sentido”“Clube da Luta” e muitos outros filmes mesmo já sabendo o grande enigma do fim. Na verdade, sou tão curiosa que até agradeço quando me contam algo ou descubro os spoilers. Isso nunca mudou muito a minha experiência de espectadora ou, até mesmo, de leitora – quem já não pulou algumas páginas porque queria saber o que ia acontecer no próximo capítulo do livro?

Acontece que, algumas semanas atrás, eu realmente fiquei triste por descobrir algo muito importante do meu seriado favorito antes de assistir. Há 8 temporadas espero para conhecer quem é a mulher e mãe dos filhos de Ted Mosby em “How I Met Your Mother”. Isso finalmente aconteceu, mas foi através de uma foto da cena no Instagram de algum espertinho.

Spoiler

Quem ainda não assistiu aquele tal episódio bombástico, acaba invariavelmente enfrentando o fogo cruzado da internet

Enquanto demorei algumas horas há mais que todo mundo para assistir o episódio, não imaginei que alguém publicaria uma foto dessas. Nem me lembrei, também, que existe uma regra comum de que se você não quer saber algum spoiler deve ficar longe da internet. Além disso, nunca me preocupei com os spoilers, e confesso que já estraguei a expectativa de muitas pessoas. Seja intencionalmente ou sem querer.

Essa surpresa e o gosto amargo de perder a revelação de um grande mistério pela primeira vez me fez pensar nesse momento da cultura do spoiler que estamos vivendo, recentemente levantado pela Wired. De repente, qualquer comentário pode virar um spoiler e não existe fórmula pra fugir deles, a não ser que você queira passar um bom tempo totalmente desconectado.

Você vai notar isso muito bem nessa semana. Com o penúltimo episódio da terceira temporada de “Game of Thrones”“The Rains of Castamere” – exibido ontem, 2 de junho, as redes sociais entraram em erupção. Quem assiste está louco para comentar/entregar os acontecimentos, ou, entregando de fato. Os desavisados que ainda vão assistir o S03E09 amanheceram no meio do fogo cruzado.

GoT

Mas o que realmente é um spoiler?

Spoiler é a descoberta de um grande mistério, situações que acontecem no desfecho da trama ou a morte de algum personagem antes que você tenha chance de assistir ou ler a história em questão. Mas nem todo mundo pensa assim.

A internet é escura e cheia de spoilers

“Acho que na real existe uma histeria. Tudo é spoiler, inclusive o que não é. Tem gente que não quer nem saber se o casal deu um beijo ou não em determinado episódio ou qual música o pessoal do ‘Glee’ vai fazer versão. É demais! Existe muito “mimimi”, diz Ana Emilio, do site Box de Séries, que completa: “no Box, a gente considera spoiler tudo que aconteceu nos últimos episódios, e sempre tenta colocar avisos e evitar fotos que entreguem surpresas direto na home, mas nem assim conseguimos fugir dos chatos que reclamam de tudo.”

As pessoas começaram a levar muito a sério essa história de spoiler e agora fazem disso uma batalha campal sem necessidade. É óbvio que é chato ficar sabendo do que não se quer, mas também não tem como fugir de descobrir algo se você está na internet, navegando em sites especializados no assunto ou em alguma rede social na hora em que determinado episódio está sendo exibido na TV.

A famosa camiseta de Olly Moss

A famosa camiseta de Olly Moss

O Sexto Sentido

Reclamar é inútil, afinal, a maneira de consumir entretenimento não é mais a mesma faz tempo. Hoje em dia é cada vez mais normal as pessoas postarem comentários ao mesmo tempo em que estão acompanhando a televisão, a tão discutida segunda tela, e muitas vezes preferem assistir seu filme ou série favorita no próprio computador ou tablet. Dessa maneira, é certo dizer que o spoiler faz parte do cotidiano desse consumidor.

Tirando o fato de alguns espertinhos, como o meu caso da foto do Instagram, a maioria dos sites, fóruns e blogs trazem avisos de que talvez em determinado post tenha alguma informação que você não deveria saber se ainda não viu o que deveria ver – o que eu nunca respeitei e sempre li para matar a curiosidade. O que deve imperar é o bom senso do próprio espectador na escolha do que vai ler, e de quem já assistiu em não estragar a diversão dos amigos. 

Caio Fochetto, também do Box de Séries, lembra que nem só de texto vivem os spoilers. “Uma história interessante de spoilers é a capa da última temporada de ‘Six Feet Under’. Tem um spoiler violento nela e qualquer fã percebe! Sacanagem da Warner não ter prestado atenção nisso. A capa mostra todos os personagens num velório, exceto um. Ou seja …”

Claro que a grande “culpada” por essa cultura do spoiler e criação de especialistas em mancadas históricas é a internet. Facebook, Twitter, fóruns, comentários, blogs e sites com conteúdo revelador conquistaram de vez o território e ficou praticamente impossível fugir de algum texto malicioso.

Lost

“Lembro que alguém me mandou um reply no Twitter perguntando o que eu tinha achado da morte de um grande personagem de ‘The Walking Dead’. Só que eu não tinha visto! Por isso, fico bem longe das redes sociais quando passa um episódio das minhas séries favoritas (‘True Blood’, ‘Game of Thrones’, etc). Por sorte elas são exibidas domingo a noite e consigo assistir no máximo em 24h. Pouco tempo sem checar meus perfis.”, diz Caio

Antes da era dos spoilers, os mais curiosos só podiam contar com os resumos publicados de antemão em jornais e revistas

Pensando nisso, fansites de “Game of Thrones”, como o Tower of the Hand, desenvolveram um sistema que tenta fugir disso e impede os spoilers. Os leitores podem selecionar no site até onde chegaram na série (ou livro) e o site vai esconder automaticamente as informações vitais até o ponto em que o espectador/leitor parou. Já o Winter Is Coming trata tudo o que não foi ao ar como um spoiler em potencial, portanto se você leu os livros que ainda não foram para a televisão não pode comentar nada. Essas são até que boas ideias, mas vale para todos os seriados? E pior, vale para os que querem deliberadamente entregar o jogo?

Spoiler

No caso de “Game of Thrones”, os livros já são um “spoiler” a parte para quem acompanha apenas pela TV. Mas se engana quem acha que não vai ter nenhuma surpresa quando assistir mesmo tendo lido antes. Além de ser paticamente impossível filmar cada detalhe das obas de George R. R. Martin, muito do que se vê é a interpretação do roteirista e diretor e eles podem sempre acrescentar algo que você não esperava para criar uma reviravolta.   

“Às vezes é até bacana saber o que acontece nos livros, pois não há garantia que este seja o rumo da história na TV. Por exemplo, nos livros que originaram ‘True Blood’ há um personagem que é o Elvis Presley – ele não morreu, virou vampiro. Na série isso não existe e não há possibilidade de acontecer, segundo os produtores da série”, conta Caio.

Odete
 
Provavelmente se a novela “Vale Tudo” fosse inédita no tempos de hoje ela seria tão vítima de spoilers quanto qualquer seriado, e muitas pessoas revelariam quem matou Odete Roitman antes da hora. Ainda mais se ela fosse filmada em outro país e o meio tempo de espera para chegar até os canais brasileiros não segurasse grandes segredos.

Naquela época, os mais curiosos só podiam contar com os resumos publicados de antemão em jornais e revistas. Textos, claro, enviados pela própria emissora, e portanto sem grandes revelações. Nem jornalistas conseguiam acesso ao roteiro, e os espectadores tinham hora marcada com a televisão para saber o que aconteceria. Em se tratando de segredos do entretenimento, era um mundo democrático. Os finais de “Seinfeld” e “A Próxima Vítima”, por exemplo, foram filmados horas antes de irem ao ar. Uma tática para evitar qualquer vazamento de informação, num tempo que não existia downloads e conteúdo sob demanda.

Só sei que minha primeira experiência de spoiler desnecessário me marcou. Tudo bem que foi um contratempo, mas para quem vivia na LOSTpedia e nos fóruns internacionais para saber tudo sobre “Lost” e “Harry Potter” antes de conseguir assistir ou ler os livros, eu não posso reclamar muito de saber um segredinho. Isso vale para muitas pessoas também. Não se chateie e perca o tempo criticando alguma revelação antes da hora, simplesmente evite os comentários na internet o máximo que puder. Dessa forma, a vida dos estraga prazeres será bem mais complicada (e sem graça).

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Fubiz TV 20 – Pedro Winter

Fubiz est fier de vous présenter aujourd’hui l’Issue 20 de son programme hebdomadaire Fubiz TV avec Sony Xperia. Au sommaire cette semaine, nous avons sélectionné le meilleur de l’actualité créative et nous avons eu la chance de rencontrer le DJ et producteur Pedro Winter (Ed Banger Records).

Livre de So Me « Travail Famille Party » – Compilation Ed Rec pour les 10 ans le 27 mai 2013 – Site Club75

Article Fubiz TV 208
Article Fubiz TV 206
Article Fubiz TV 207
Article Fubiz TV 205
Article Fubiz TV 204
Article Fubiz TV 203
Article Fubiz TV 202
Article Fubiz TV 209

Os efeitos visuais da terceira temporada de “The Walking Dead”

A terceira temporada de “The Walking Dead” chegou ao fim, e o estúdio Stargate revela o fundamental trabalho de efeitos especiais em diversas cenas.

Segundo a empresa, essa foi a temporada das decapitações. Na série da AMC, a Stargate atua em conjunto com a KNB EFX, especializada em maquiagem.

E claro, o vídeo vem cheio de spoilers.

The Walking Dead

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

The World of Mad Men in 2013

Afin de célébrer le retour de la célèbre série TV « Mad Men », les équipes du site Shutterstock ont imaginé les équivalences entre notre époque et celle de la série. Un phénomène et un style graphique décrypté à travers plusieurs éléments, objets et personnages, le tout dans une comparaison entre les années 1960 et 2013.

Header2
Don1
Joan2
Pete1
Betty1
Roger1
Peggy2

Os sites falsos das séries de TV

SerchBlazer, FaceBranch, FriendFace, SpringFace, Netrangler, RoundSearch, Host ‘n Share, LoveFinder, GoPerro. O que todos esses sites tem em comum? Eles só existem no mundo ficcional das séries de TV.

Muitos imitam o layout do Google, do YouTube e Facebook, por exemplo, mas alguém é responsável por criar essas interfaces e nomes esquisitos pra aparecer alguns poucos segundos na tela.

O vídeo acima, do Slacktory, faz uma compilação desses websites fakes.

Fake TV sites

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Samsung – Charge

Le réalisateur français Romain Gavras a dirigé le dernier spot intitulé « Charge » pour la marque coréenne Samsung. Produite par Somesuch & Co, cette vidéo illustre une charge géante de multiples personnages d’univers différents courant vers un spectateur. Une création à découvrir en images dans la suite.

Samsung - Charge8
Samsung - Charge7
Samsung - Charge5
Samsung - Charge4
Samsung - Charge2
Samsung - Charge1
Samsung - Charge9

Samsung promove Smart TV com dois comerciais-blockbuster

A Samsung irá lançar uma nova campanha global para promover sua linha de Smart TV’s. São dois comerciais-blockbuster, com produção milionária, para destacar o controle do aparelho através do sensor de movimentos.

Dirigido por Romain Gavras, o comercial “Charge”, acima, confronta a diversidade da programação da TV em uma praia. Carros, soldados, gangues, guerreiros maori, cheerleaders, cowboys e até a realeza correm em uma única direção, até encontrarem com quem realmente comanda.

Samsung

Já o segundo filme, “King of TV City”, é dirigido por Adam Berg, e simboliza o controle de forma mais expositiva. Uma manada de búfalos, naves alienígenas, um ursinho e até um tiranossauro obedecem os comandos do espectador.

Apesar do objetivo específico, ambos se parecem muito com outras campanhas de TV que pretendem destacar realismo e qualidade de imagem, mas ainda assim divertem pela grandiosa produção.

A criação é da CHI & Partners de Londres, com produção da Somesuch&co e Stink, respectivamente.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

O que a campanha crowdfunding de “Veronica Mars” nos diz sobre o futuro das indústrias criativas

Quando Amanda Palmer arrecadou 1.2 milhão de dólares através do Kickstarter há quase um ano – mais dinheiro do que uma gravadora gasta em média para lançar um artista pop – muitos se perguntaram se era esse “o futuro da música”. A afirmação estava estampada em um cartaz segurado pela própria cantora em sua campanha.

Na última semana, com um feito ainda mais impressionante alcançado por fãs da descontinuada série cult “Veronica Mars”, a dúvida foi novamente repetida, dessa vez em relação a indústria da televisão e cinema. Esse é mesmo o futuro?

Porém, qualquer que seja a mídia, ainda é pouco claro qual será o verdadeiro impacto de fãs pagando por suas obsessões na gargantuesca engrenagem pré-estabelecida das grandes companhias produtoras de entretenimento.

Amanda Palmer

Deveriam os fãs pagar pela produção de um filme de estúdio?

O Kickstarter para transformar “Veronica Mars” em um filme de Hollywood bateu todos os recordes prévios do mais popular site de crowdfunding. Em apenas 12 horas, se tornou o mais rápido projeto a atingir tanto 1 milhão e 2 milhões de dólares. A cifra, aliás, foi a mais alta já pedida através da ferramenta. No momento em que finalizo esse artigo, o volume arrecadado já está na marca de 3.6 milhões.

É um acontecimento histórico para o mercado, sem dúvida, mas com uma dose de cinismo e polêmica extra. Ao contrário de projetos independentes financiados pelas pessoas, o filme de “Veronica Mars” não tem o desprendimento e liberdade que se imagina de uma iniciativa crowdfunding.

Desconhecemos qual é o acordo que o produtor e criador da série, Rob Thomas, tem com a Warner, porém não se engane: Será um filme pago pelos fãs, mas com benção do estúdio. Tudo só começou com a autorização da empresa, que detém os direitos da franquia, e após ver o sucesso da campanha online deu luz verde para as filmagens. A distribuição, por exemplo, geralmente o maior problema de um projeto independente, terá certamente a mão pesada da Warner.

É por causa disso que surge a controvérsia: Deveriam os fãs pagar pela produção de um filme de estúdio?

Para um projeto no Kickstarter, 2 milhões de dólares é dinheiro sem prescedentes. Para uma empresa como a Warner Bros é cafézinho. E se apenas esse montante é o suficiente para realizar o filme, é óbvio que poderiam tê-lo feito da maneira tradicional.

Mais do que o dinheiro envolvido, a campanha no Kickstarter provou para a Warner Bros que uma série cancelada ainda desperta interesse.

Dessa forma, alguns enxergam nisso um futuro em que uma empresa multibilionária repassa os riscos para os fãs, enquanto mantém todos os benefícios que um produto de sucesso pode gerar. Em resposta a isso, devemos considerar que, no caso de crowdfunding, o único risco embutido é a decepção. Se o projeto não conseguir dinheiro, ele simplesmente não acontece. Ninguém perde o investimento prometido.

Em comparação com produtores profissionais, que investem dinheiro em busca de retorno financeiro, um fã que coloca a mão no bolso por um filme só quer, bem, assistir o filme. Talvez ele não goste do roteiro, de uma cena, ou do final, mas não terá gasto muito mais do que o valor de um ingresso de cinema.

Mais do que o dinheiro envolvido, a campanha no Kickstarter provou para a Warner Bros que “Veronica Mars” ainda desperta interesse e tem apelo. É natural que o estúdio não aceitasse financiar um filme de uma série que foi cancelada por baixos números de audiência. Se crowdfunding significasse risco e perda do valor investido, a história seria bem diferente.

É notório também que diversos projetos do Kickstarter tiveram dificuldade em cumprir as contrapartidas no tempo estipulado. Ter uma empresa de grande porte participando de um projeto “independente” pode ser uma garantia da entrega dos produtos prometidos. Grande parte das 55 mil pessoas que deram dinheiro para tornar “Veronica Mars” realidade não quer só dinheiro: serão milhares de DVDs, Blu-rays, posters e até algumas sessões privadas de pré-estreia. Ou seja, o montante é grande, mas a conta não fecha só com a produção e lançamento do filme.

Amanda Palmer referenciou a campanha de “Veronica Mars” no Twitter dizendo que “o mundo está mudando e nós estamos assistindo”. É verdade, mas obviamente não para todos. Segundo dados do próprio Kickstarter, mais da metade dos projetos não atinge o mínimo solicitado.

Kickstarter

O modelo econômico do Kickstarter funciona bem em um ambiente livre de riscos, e uma campanha como a de “Veronica Mars” abre os olhos do mercado, mas difícil dizer se poderá ser replicado em uma escala que realmente altere o futuro da indústria financiadora de criatividade. Muitas criações artísticas de sucesso só foram possíveis quando alguém resolveu arriscar, ainda que todos os indicativos apontassem o fracasso.

Porém, ainda mais importante é o fato de que a luz verde das propriedades intelectuais mais valiosas do mundo continuará na mão de poucos. Nenhuma empresa abriria mão de influência e domínio a longo prazo, que valem muito mais do que 40 ou 50 dólares de apenas 55 mil pessoas uma única vez.

Sendo assim, aliado ao interesse dos fãs agora escancarado e somado a toda a exposição que o crowdfunding gerou, que eu apostaria que a Warner vai injetar mais dinheiro na produção do filme do que o que será arrecadado através do Kickstarter. Afinal, se o sucesso se estender além do oba-oba online, encomendar uma sequência ou remake no ano seguinte pode trazer ainda mais retorno.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Television Audience Measurement (TAM)

Article by Arvind Jayant, a student of Advertising at Symbiosis

The birth of television was rather caesarian, not the first born, yet an equally important child of science, money and the growing society. And since that happy day when man forever learned to see himself in a device other than a mirror, he has been set on the quest to manipulate the vision of the world, create an aesthetic collage and build a sustainable market around the artsy frame of the same.
Streaming through long cables, the box and the minds of several dedicated devotees of the small screen is the constant buzz of the above mentioned art, delicately intertwined with the whisper of a market scene- the Indian market scene or better still, the Indian television industry. Studies conducted by the Television Audience Measurement (TAM) of India slammed a figure suggesting that 134 million households in India possessed television sets.


Now with a figure like that sitting on the table, comes the need to invest, to use the medium to advertise and the need to understand the social and ethnic diversity the investment reaches.  The expanse it covers is much like a large desert and to invest in it, you must know the terrain, the ups and downs, the effectiveness and the possible rate of return. Ignoring the need to know the right possibilities of investing and advertising would be like digging for coal in a gold field.
And with that need to know – Enter TAM and the world of ratings.
The Television Audience Measurement (TAM), a joint venture by Nielsen and Kantar, appointed by the Joint Industry stakeholders of ISA (Indian Society of Advertisers), IBF (Indian Broadcast Foundation) and AAAI (Advertising Agencies Association of India) has been the pathfinder for advertisers since its inception in 1998.  TRP’s or Television Rating Points released very frequently by the same, measured from the audience itself, leads the advertisers much  like how the pied piper led mice.
How are TRPs measured, you ask?  The answer lies in a small device with a queer name – the People Meter. These devices are placed in random homes across the country to measure the amount of time spend watching a particular show or a commercial – which decides the ratings and ultimately the fate of every broadcast.  However, as said before, People Meters come with giant loophole. The company that manufactures these meters, namely Nielsen, tells us that each of them comes at a cost of around 5000 dollars –for installation and maintenance. And owing to this, in a country with 144 million television sets, only 8150 People Meters have been installed. In short, the fortunes of advertising and investments hang in an irregular balance of misrepresentation.
The lack of representation is not the only thing plaguing the scene. TAM has not had proper industry monitoring after the unnatural death of JIB (Joint Industry Board) in 2004 and its successor BARC (Broadcast Audience Research Council) has been a ‘non-starter’ since 2007 when it was first suggested. This has led to a lot of bullying by big names and rolled wads of green over the issue of ratings. The NDTV suing TAM for ratings manipulation earlier this year can be recalled in this context.
Besides this, TRP has also come under attack on several occasions with the criticism that it is only efficient to deduce from a homogenous pool of data and not from such diversity. TAM does not have the in-house efficiency to measure, analyse or use such data in the most effective manner.
With criticisms aplenty, the TAM and the current method of ratings analysis are now being chased into a back alley where it’ll be forced to succumb to a not-so-poetic epitaph or pull up with a last minute shift of technique.
As the dust stirred up by the agency’s loss of footing slowly settles down, one can perhaps see a solution in the government’s call to eliminate intermediary cable operators and install Digital Set-top Boxes in all major cities. With a little bit of cooperation and the implementation of proper technique, one can replace the outdated equipment of people meters with a string of data flowing back from the set top boxes, complete with detailed information about viewing preferences.
The Direct-to-Home (DTH) system eliminates the need for a local cable operator, as each household will have its on independent receiver. Forbes India suggests that a lot of corruption occurs at the level of local cable operators and elimination of these intermediaries will hence give the agency more muscle.
If the DTH systems are indeed implemented properly in the context of TRP’s, the TAM can perhaps look forward to a note of thank you from the big fishes of the broadcasting industry who will be swimming in clearer waters. The advertisers will have their compasses calibrated properly and channels will receive the investment they deserve rather than the one they claim to deserve.

The post Television Audience Measurement (TAM) appeared first on desicreative.

Philips: Hideouts

Ações com objetos escondidos pelo mundo já foram realizadas diversas vezes, ainda mais pela indústria automobolística. A Philips recorre a esse expediente aqui, mas com uma fundamental diferença: você não precisa tirar a bunda da cadeira.

Para promover a linha de TV’s Frameless, que praticamente não tem borda, a marca escondeu 10 unidades ao redor do mundo. O site philips-hideouts.com mostra uma imagem de cada local, que funcionam como pistas. Utilizando o Google Maps o participante deve então marcar no mapa onde ele acha que está a TV. Aquele que chegar mais perto leva.

Essa alternativa é cômoda para os participantes, mas é também para a empresa, que não precisa esconder televisão nenhuma de fato. Poderia até ser um ARG, mas provavelmente já contando com a preguiça das pessoas, a agência sueca Ahlstrand & Wallgren resolveu não arriscar.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie


Advertisement


Fubiz TV 12 – Mai Lan

Fubiz est fier de vous présenter aujourd’hui l’Issue 12 de son programme hebdomadaire Fubiz TV. Au sommaire cette semaine, nous avons sélectionné le meilleur de l’actualité de l’univers créatif et nous avons eu la chance de rencontrer l’artiste musical Mai Lan. Une interview à découvrir en vidéo dans la suite.



Fubiz TV 12 - Preview1
c2carcades4 - copie
Fubiz TV 12 - Preview3
c2carcades - copie
Fubiz TV 12 - Preview4

Breaking Bad: Sequências de abertura criadas por fãs

Faz tempo que falei por aqui que “Breaking Bad” é a das melhor coisa que existe na televisão, há anos. A primeira parte da 5ª temporada, que acabou na semana passada, rendeu várias ilustrações, vídeos e arte dos fãs.

Aqui nesse post trago duas propostas de abertura da série, a primeira criada por Benni Meier e abaixo por Martin Woutisseth. São boas oportunidades de imaginar, já que “Breaking Bad” não tem uma introdução de créditos propriamente dita.

A versão ilustrada abaixo é mais recente, mas a feita com fotos (acima) é particularmente sensacional.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie


Advertisement


Volkswagen cria New Beetle à prova de tubarões

Além de patrocinar o aniversário de 25 anos da tradicional “Shark Week” no Discovery Channel, a Volkswagen queria participar com um product placement.

Sendo um programa sobre tubarões, debaixo do mar, a ideia não parece tão simples. Em conjunto com o biólogo marinho Luke Tipple, a equipe de engenheiros da montadora desenhou uma “jaula” no formato de um New Bettle.

Feito de alumínio, o carro-gaiola conta com sistema completo de propulsão e duas hélices. Uma maneira marcante e natural de se aparecer dentro do conteúdo.

/via

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie


Advertisement