Follow: o primeiro single de uma boa surpresa indie

Todo dia aparecem centenas de bandas interessantes para se conhecer. Ultimamente quem tem ganhado minha atenção é o Telegram, que lançou seu primeiro single agora há pouco, em novembro do ano passado.

É aquela típica banda indie, de guitarras rápidas e refrões pegajosos e o visual retrô a-gente-queria-ser-o-Velvet-Underground. Mas isso não é demérito. O som é interessante e divertido, apesar de não muito original.

São de Londres e dois de seus integrantes faziam parte de uma banda cover de Roxy Music (a Proxy Music), daí ficam mais claras as influências dos caras.

O guitarrista Mat Wood descreveu a música Follow assim: “É como quando você está dirigindo por uma parte esquecida por Deus no meio-oeste americano e você chega num cruzamento e há um longo trem que está passando há muito tempo. É um pouco assim, mas imagina um trem de brinquedo. É implacável. É um trem de brinquedo implacável.”

Vai saber?

Enquanto eu tento entender a imagem proposta pelo guitarrista, ouça Follow pelo vídeo acima.

 

 

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The Third Eye Centre: a nova coletânea de B-sides do Belle & Sebastian

Quem é fã de Belle & Sebastian vai ficar feliz em saber que tem pelo menos umas 18 músicas “novas” da banda para descobrir. A coletânea The Third Eye Centre vai ser lançada agora em agosto e reúne todos os singles e músicas que ficaram de fora dos discos Dear Catastrophe Waitress (2003), The Life Pursuit (2006) e Write About Love (2010).

Para quem mora na Europa, esses singles não são novidade, já que lá a cultura do disquinho com 2 ou 3 faixas ainda é cultivada e os fãs do velho continente puderam comprar/conhecer essas músicas na época em que foram lançadas.

Como aqui no Brasil esses singles nunca chegaram, esta coletânea significa uma boa oportunidade para os fãs que querem atualizar sua coleção. The Third Eye Centre segue exatamente o mesmo raciocínio da excelente Push Barman To Open Old Wounds, primeira coletânea de B-sides do Belle & Sebastian que foi lançada em 2005 e trazia todos os singles da banda até a época do Fold Your Hands Child, You Walk Like a Peasant, de 2001.

Além dos singles todos reunidos, o disco traz uma faixa inédita. Eu particularmente não gostei muito, mas estou ansioso para conhecer todas as outras pérolas “esquecidas” dos últimos 3 e sensacionais álbuns dessa banda impecável.

Que venha o dia 26 de agosto.

 

 

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Solemn Skies: o novo vídeo do Childhood

Novos queridinhos da música indie-pop inglesa, Childhood é uma banda de Brixton fundada em 2010 que está prestes a lançar seu primeiro álbum, depois de já ter lançado alguns singles de boa aceitação lá do outro lado do Atlântico.

Solemn Skies  é uma música etérea, sonhadora. É repleta de arcos-íris, unicórnios e espírito flower power.

A música foi lançada na iTunes Store britânica em abril e chegou essa semana às lojas (de lá), em formato físico. E ontem a banda lançou o vídeo oficial no YouTube.

Seu visual é tão retrô quanto a sonoridade da música, e de repente parece que estamos em 1972. O bom é que não estamos e que a banda ainda está só no começo. Se você gosta de Britpop e de nostalgia, taí um som que vale a pena descobrir.

 

 

 

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Desire Lines: o novo disco do Camera Obscura

Quatro anos depois de My Maudlin Career, o indie-pop luxuoso e mágico do Camera Obscura está de volta. A banda divulgou hoje o nome do novo álbum – Desire Lines – e disponibilizou um single para download.

A música é densa, cheia de tapetes sonoros introspectivos. Mas a delicadeza peculiar de Tracyanne Campbell equilibra a densidade, fazendo com que Fifth In Line To the Throne nunca fique pesada ou entediante. Você pode ouvir no vídeo acima.

Não é de espantar, afinal, que Desire Lines seja um belo disco. Os caras têm 17 anos de estrada e confeccionam um dos pops mais requintados de seu país.

Para quem gosta de pop bem feito, Camera Obscura é um prato transbordando.

Agora é só esperar pra ouvir. A previsão de lançamento é dia 3 de junho na iTunes Store. Se Desire Lines for tão bom quanto My Maudlin Career ou Let’s Get Out of This Country, já poderá ser candidato a um dos melhores do ano.

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Jagwar Ma: o pop australiano volta aos anos 90

Eu não sei exatamente quais foram exatamente as influências de Gabriel Winterfield, Jono Ma e Jack Freeman. Mas poderia apostar que tem Stone Roses, Jesus Jones, Blur, Happy Mondays, Primal Scream e _____________________(sua banda preferida dos anos 90 aqui) no meio.

Ouvindo a elogiada The Throw – o single que está fazendo do Jagwar Ma os novos queridinhos do pop australiano – fica claro que eles bebem na fonte dos anos noventa em cada nota que produzem.

O que, para nostálgicos como eu, é uma delicia. Me lembrou Right Here Right Now (do Jesus Jones) logo de cara, nem tanto pela melodia ou refrão em si, mas pelo conjunto de tudo: o visual do clipe, o mood da música, a intenção dela de forma geral. E preciso confessar que depois de acostumar com o timbre do vocal, eu adorei o que ouvi.

Com certeza é um álbum que vou atrás para descobrir se as suspeitas influências se confirmam, e – claro – para me fazer voltar no tempo um pouco, apreciando uma música nova com tempero vintage.

 

Aqui você vê a The Throw e a deliciosa Come Save Me. Divirta-se.

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The Garlands: indie pop ensolarado

Às vezes a gente se depara com bandas novas que têm o dom de soar contemporâneas sem lançar mão de recursos que deixam seu som datado. O The Garlands é um bom exemplo disso, e o que se ouve aqui é um pop indie com todas as marcas registradas que esse estilo traz,  sem ficar necessariamente claro que o disco foi feito agora em 2012.

E essa talvez seja uma das características mais legais da banda. Daqui a 3 anos, este disco não vai soar velho ou ultrapassado, e muito provavelmente esse vai ser um dos motivos pelos quais você vai continuar ouvindo.

Claro, nada disso teria qualquer valor não fossem as melodias deliciosas e os refrões eficazes que Roger Gunnarson e Christie Wolderth conseguem entregar. São 12 pops elegantes e muito gentis.

Gentileza é que o melhor define o som que o The Garlands faz, unindo melancolia (sem ser deprê) a uma quase inocência. É som para ouvir bem alto, num dia de sol.

Não vai mudar sua vida, não vai revolucionar gerações nem redefinir os valores da contracultura dos nossos tempos. Mas é legal.

Aliás, quaisquer maiores pretensões estão longe dos objetivos dos Garlands. Eles só querem botar um sorriso no seu rosto quando você apertar o play.

E, com muitas ideias melódicas excelentes e muita competencia, eles conseguem.

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Alt + J: o atalho que ganhou o Mercury Prize

Quando você pressiona ALT e depois a letra J no Mac, aparece um triângulo. Pois foi em homenagem a esse triângulo que os ingleses do ALT J batizaram sua banda.

As peculiaridades desse grupo de indie pop/rock não param por aí.   Donos de um álbum de estreia que acabou de ganhar o Mercury Prize na Inglaterra – prêmio notório que já agraciou medalhões como Keane, Elbow e PJ Harvey – os integrantes do Alt J fazem um som tão curioso quanto o nome de sua banda.

Eles vão do experimental ao sublime em questão de segundos, e ousam com harmonias vocais complexas e arriscadas (nitidamente inspiradas em macacos velhos do underground inglês como Gente Giant). Um tempero bem vindo de folk faz a mistura do Alt J interessante de ser experimentada, e quando você ouve o disco pela segunda vez, tudo já soa muito mais natural e interessante.

Se o álbum An Awesome Wave mereceu mesmo o Mercury Prize é questionável, mas – sim – é inegável o talento desses jovens de Cambridge quando esquecem um pouco suas próprias pretensões e simplesmente se divertem fazendo o que sabem. A prova disso são as incríveis Something Good, Matilda (em homenagem à personagem de Natalie Portman no filme O Profissional), Dissolve Me e Breezeblocks.

O disco é muito bom, mas seria antológico se eles não tivessem tentado impressionar tanto.

Pequenos pedantismos como uma irritante música só à capella (Ripe & Ruin) e uma faixa final de 12 minutos (sem a necessidade de durar tudo isso) diminuem o encanto do álbum.

Mas vá sem medo. Quando eles acertam, o resultado é soberbo.



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